A safra de soja 2025/26 se configura como uma das mais desafiadoras dos últimos anos, impactada pela alta nos custos de produção, retração nos preços internacionais da commodity e previsões climáticas incertas, fatores que pressionam a rentabilidade e exigem maior eficiência no manejo agrícola.
O desembolso médio por hectare deve subir cerca de 4% em relação ao ciclo anterior, podendo ultrapassar R$ 5,6 mil em regiões como Rio Verde (GO) e Sorriso (MT). O aumento está ligado principalmente à valorização dos fertilizantes, com alta próxima de 10%, em meio a gargalos globais provocados por tensões comerciais entre China e Estados Unidos, impactos da guerra no Leste Europeu e redução de oferta em polos asiáticos. Parte dos defensivos agrícolas também registrou aumento de preço.
Com margens mais estreitas, cresce a produtividade mínima necessária para cobrir os custos: em áreas do Mato Grosso, já ultrapassa 56 sacas por hectare, enquanto em Goiás gira em torno de 51 sacas por hectare.
Entre os desafios adicionais, as previsões climáticas indicam irregularidade nas chuvas no Centro-Oeste e Sul, o que pode comprometer a janela de implantação das lavouras. O cenário reforça a necessidade de planejamento cuidadoso por talhão, monitoramento constante e execução precisa de manejos ao longo de todo o ciclo.
Boas práticas para a safra 2025/26:
Pré-plantio: análise de solo, correção de acidez, escolha de cultivares adaptadas e planejamento de rotação de culturas.
Plantio e emergência (0-15 dias): atenção à umidade do solo, tratamento de sementes e monitoramento de pragas iniciais.
Desenvolvimento vegetativo: manejo integrado de pragas e aplicação preventiva de fungicidas.
Florescimento e enchimento de grãos: monitoramento de percevejos e ferrugem-asiática, além de suporte fisiológico das plantas.
Pré e pós-colheita: dessecação planejada, calibração de máquinas e armazenamento adequado.
A safra 2025/26 exigirá do produtor agrícola equilíbrio entre custos, produtividade e tecnologia, tornando o planejamento e o manejo eficientes fatores decisivos para a rentabilidade e o sucesso da lavoura.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
