O Rio Grande do Sul inicia a safra 2025/2026 da soja com expectativa positiva, porém moderada, conforme dados divulgados pela TF Agroeconômica. No início de outubro, os preços da oleaginosa nos portos gaúchos foram cotados a R$ 140,00 por saca, para pagamento em 15 de outubro e entrega ainda no mês. No interior, cidades como Cruz Alta, Passo Fundo, Santa Rosa e São Luiz registraram valores médios de R$ 131,00 por saca, com liquidação prevista para 30 de outubro.
Em Panambi, o mercado físico apresentou recuo mais acentuado, com preço de R$ 120,00 por saca, demonstrando resistência local diante do ritmo comprador.
Santa Catarina segue como elo logístico estratégico
Embora não seja um grande produtor, Santa Catarina mantém papel estratégico na cadeia da soja, atuando como centro logístico de escoamento da safra. Caso se confirmem volumes recordes no início de 2026, o estado pode enfrentar pressão sobre os custos de frete e sobre o basis das praças mais distantes do porto. No terminal de São Francisco do Sul, a saca é cotada a R$ 138,27.
Paraná e Mato Grosso do Sul enfrentam estabilidade e desafios logísticos
No Paraná, o mercado apresenta leve estabilidade. Nos portos e no interior, as cotações variam entre R$ 127,55 e R$ 130,77, com destaque para Paranaguá (R$ 139,39). Já o Mato Grosso do Sul acelera o plantio, mas enfrenta déficit de armazenagem, o que obriga produtores a vender rapidamente, reduzindo o poder de negociação. Em Dourados, Campo Grande, Maracaju e Sidrolândia, o preço spot se manteve em R$ 124,89 por saca.
Mato Grosso mantém ritmo intenso de plantio
No Mato Grosso, o plantio segue em ritmo acelerado, embora ainda sem dados oficiais divulgados. Os preços variam conforme a região: Campo Verde e Primavera do Leste registram R$ 120,38/sc, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Sorriso marcam R$ 118,74/sc, e Rondonópolis mantém cotação de R$ 120,38/sc.
Soja em Chicago recua após altas recentes
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos futuros da soja abriram a sexta-feira (24) em queda, após sequência de ganhos no início da semana. O vencimento de janeiro/26 era cotado a US$ 10,60/bushel, enquanto março/26 marcava US$ 10,74/bushel.
Segundo a Farm Futures, o movimento reflete realização de lucros após fortes altas impulsionadas pela demanda e pelas expectativas de esmagamento. O mercado também reage à possibilidade de um encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, que pode resultar em novo acordo comercial envolvendo compras de soja americana.
Mercado global reage a petróleo e negociações EUA-China
Na quinta-feira (23), os contratos de soja em grão e óleo fecharam em alta, impulsionados pela forte valorização do petróleo em Nova York, que subiu quase 6% após sanções dos EUA contra empresas russas, e pelo otimismo nas negociações comerciais entre EUA e China, previstas para ocorrer na Coreia do Sul.
O Conselho Internacional de Grãos (CIG) revisou a projeção da produção global de grãos 2025/26 para 2,425 bilhões de toneladas, acima da estimativa anterior. Para a soja, a previsão foi ajustada levemente para 428 milhões de toneladas, ante 429 milhões em setembro.
Na CBOT, os contratos de novembro/2025 fecharam a US$ 10,44 por bushel, alta de 0,96%, enquanto janeiro/26 avançou 1,14%, cotado a US$ 10,62/bushel. O farelo de soja subiu 0,79%, a US$ 292,30/tonelada, enquanto o óleo de soja caiu 1,59%, negociado a 50,87 centavos de dólar por libra-peso.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
 
									 
					
