Nesta sexta-feira (10), o ditador Nicolás Maduro foi empossado para mais um mandato presidencial na Venezuela, em meio a fortes contestações de fraude nas eleições realizadas no ano passado. Embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha decidido não comparecer à cerimônia, representantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) marcaram presença no evento.
O governo brasileiro, mesmo sob críticas da oposição, enviou a embaixadora em Caracas, Gilvânia Maria de Oliveira, como representante oficial à posse, decisão tomada pelo Planalto. A presença de Gilvânia sinaliza um reconhecimento diplomático cauteloso do governo brasileiro, apesar das tensões em torno da legitimidade do pleito.
Entre os representantes do PT na cerimônia estavam o historiador Valter Pomar e a psicóloga Monica Valente, ambos secretários-executivos do Foro de São Paulo. Outros membros do partido presentes foram Camila Moreno, que atuou no Ministério da Educação durante o governo Dilma Rousseff, e Vera Lúcia Barbosa, ex-secretária de Movimentos Populares da sigla.
Já o MST enviou uma comitiva de cinco integrantes, incluindo o líder João Pedro Stédile. O movimento tem declarado apoio público a Maduro e, em seu site oficial, acusou o opositor Edmundo González de articular um suposto golpe com líderes internacionais, como Joe Biden (EUA) e Javier Milei (Argentina).
Além da posse, os grupos participaram do “Festival Mundial Internacional Antifascista”, realizado em Caracas, evento patrocinado pelo Foro de São Paulo. Entre as atividades do festival, houve uma motociata de apoiadores de Maduro, que contou com a presença de membros do MST.
Apesar de não ter comparecido à posse, Lula reconheceu o poder “de fato” de Maduro e manteve uma relação diplomática reservada com a Venezuela. A decisão de não enviar representantes de alto escalão, como o vice-presidente Geraldo Alckmin, reflete uma estratégia de evitar maior desgaste político e preservar uma posição moderada diante das críticas internacionais.
Enquanto isso, a oposição venezuelana segue articulando ações contra Maduro, denunciando o regime e buscando apoio de governos estrangeiros para pressionar por mudanças no país.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper