As publicações da jovem mineira Laysa Peixoto, de 22 anos, nas redes sociais, viralizaram na última semana ao anunciarem sua suposta seleção para o voo inaugural da empresa privada Titans Space e sua alegada formação como “astronauta de carreira”. Laysa também afirmou ter concluído um treinamento da Nasa em 2022. No entanto, as informações divulgadas por ela foram oficialmente desmentidas pela própria agência espacial norte-americana.
As alegações levantaram suspeitas entre especialistas do setor. Pedro Pallotta, do canal especializado Space Orbit, decidiu investigar o caso e encontrou diversas inconsistências. “Bati o olho e vi que tinha algo errado. Não fazia sentido”, relatou. Segundo ele, os cursos mencionados por Laysa como sendo treinamentos da Nasa são, na verdade, programas educativos com foco em divulgação científica e experiências imersivas, sem valor técnico ou certificação para formação de astronautas.
Um desses programas foi realizado no U.S. Space & Rocket Center, nos Estados Unidos, e custa cerca de US$ 1.199 (aproximadamente R$ 6 mil). “Tudo o que ela fala ou é invenção ou um exagero grosseiro. Foi tão escancarado que rompemos nossa linha editorial — que evita comentar sobre indivíduos — para denunciar. Em respeito à ciência, ao espaço e às pessoas que realmente batalham para chegar lá”, afirmou Pedro.
Além disso, a investigação revelou que Laysa não concluiu o curso de Física na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tendo sido desligada por não efetivar matrícula no segundo período letivo de 2023.
As declarações equivocadas causaram revolta em parte da comunidade científica e entre divulgadores sérios do setor espacial, que alertam para os perigos da desinformação, especialmente em temas que envolvem ciência, educação e oportunidades legítimas no campo da pesquisa e da exploração espacial.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper