O mercado do arroz em casca começou a apresentar sinais de reação, especialmente no Rio Grande do Sul, após um período marcado por desvalorizações consecutivas. De acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços registraram pequenas elevações nos últimos dias, indicando que o produto pode ter encontrado um piso de mercado depois de semanas de pressão negativa.
Segundo o Cepea, esse movimento de recuperação está diretamente ligado à retração da oferta por parte dos produtores, que têm limitado a comercialização do grão, e ao aumento da demanda externa em algumas regiões sul-rio-grandenses. A intensificação das exportações contribuiu para reduzir a disponibilidade interna do arroz, fator que ajudou a sustentar os preços praticados no mercado físico.
O boletim também aponta que o comportamento dos compradores segue heterogêneo neste momento. Parte das indústrias concentrou as aquisições no início da semana passada e, agora, adota uma postura mais cautelosa, com expectativa de interromper as compras até o começo de 2026. Em contrapartida, agentes que precisam recompor estoques continuam ativos no mercado, garantindo um nível mínimo de movimentação e evitando novas quedas nas cotações.
Para o Cepea, essa diferença de estratégias reflete um período de transição no setor arrozeiro. De um lado, há incertezas em relação à continuidade da demanda internacional; de outro, permanece a necessidade de assegurar volumes suficientes para o início do próximo ciclo comercial.
Caso o ritmo das exportações se mantenha e os produtores continuem restringindo a oferta, a tendência é de que o mercado do arroz em casca apresente valorização gradual nas próximas semanas, consolidando a reação observada recentemente no Rio Grande do Sul.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
