O Conselho Supremo da Segurança Nacional do Irã emitiu na manhã desta terça-feira (24) uma nota celebrando a “vitória” sobre Israel, afirmando que a resposta do país à agressão de Tel-Aviv forçou o governo de Benjamin Netanyahu a aceitar o cessar-fogo anunciado pelos Estados Unidos. O comunicado elogiou a atuação das Forças Armadas iranianas, que “esmagaram cada ato maligno do inimigo” e alertou que o país permanece pronto para reagir a qualquer nova agressão.
O texto citou como destaque o ataque à base militar norte-americana de Al-Udeed, no Catar, e assegurou que todas as represálias foram “oportunas e proporcionais”. Ainda assim, o cessar-fogo permanece frágil, com o Irã acusando Israel de violar a trégua já na manhã desta terça, prometendo resposta a qualquer ataque futuro.
Por sua vez, Israel afirmou ter cumprido seus objetivos na guerra contra o Irã, que considera uma “ameaça existencial” devido ao programa nuclear e mísseis balísticos. Em comunicado, o gabinete do premiê Netanyahu disse que Israel alcançou “superioridade aérea completa sobre Teerã”, desferindo golpes severos contra a liderança militar iraniana e destruindo dezenas de alvos estratégicos. Segundo o governo israelense, a decisão pelo cessar-fogo bilateral foi tomada após acordo com o presidente dos EUA, Donald Trump, a quem Israel agradeceu pelo apoio.
Trump, por sua vez, afirmou que o ataque dos EUA às instalações nucleares iranianas no último sábado (21) foi decisivo para o acordo, alegando que Irã e Israel o procuraram quase simultaneamente para pedir o fim das hostilidades. “O mundo e o Oriente Médio são os verdadeiros vencedores”, disse o presidente americano.
Apesar das declarações, analistas questionam o real impacto dos ataques americanos. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou que os danos às instalações nucleares iranianas foram “muito prováveis”, mas não definitivos. A Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI) garantiu que tomará todas as medidas para restaurar suas atividades nucleares, afirmando que a indústria está “profundamente enraizada” no país.
O conflito teve início com o ataque surpresa de Israel contra o Irã no dia 13 de junho, em resposta à suposta ameaça nuclear iraniana, que Teerã sempre negou, afirmando que seu programa tem fins pacíficos e que buscava negociar com os EUA para garantir o cumprimento do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.
Ao longo dos últimos meses, as acusações mútuas e ataques aumentaram a tensão na região, com Israel alegando que o Irã mantém um programa secreto de armas nucleares desde a década de 1950, enquanto a inteligência americana sinalizou que o país não está atualmente produzindo armas atômicas.
A guerra no Oriente Médio permanece em um estado delicado, com o cessar-fogo ainda instável e o risco de novas hostilidades, enquanto as potências internacionais acompanham de perto os desdobramentos.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper