Um círculo formado por dezenas de pessoas, orações, momentos de silêncio e bexigas brancas com os nomes das vítimas marcaram, neste sábado (28), a homenagem às oito pessoas que perderam a vida na queda de um balão de ar quente em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina. O acidente, ocorrido no dia 21 de junho, completou uma semana neste fim de semana e ainda causa comoção na cidade.

A cerimônia ocorreu no campo Três Irmãos, local de onde o balão decolou com 21 pessoas a bordo e caiu poucos minutos depois. Moradores da cidade, familiares das vítimas e trabalhadores do setor de balonismo participaram do ato, organizado pela Associação de Balonismo de Praia Grande. Ainda neste sábado, à noite, uma missa de sétimo dia foi celebrada na Igreja Matriz.
O evento iniciou com palavras de reflexão feitas por um pastor, seguidas de orações coletivas. Ao final, balões brancos foram soltos com os nomes dos oito mortos:
Leandro Luzzi (33), Leane Elizabeth Herrmann (70), Leise Herrmann Parizotto (37), Janaina Moreira Soares da Rocha (46), Everaldo da Rocha (53), Fabio Luiz Izycki (42), Juliane Jacinta Sawicki (36) e Andrei Gabriel de Melo (34).
Desde o acidente, os voos de balão em Praia Grande permanecem suspensos, pelo menos até a próxima segunda-feira (30). O luto coletivo impacta diretamente o turismo local, fortemente vinculado à prática do balonismo.
Segundo a investigação da Polícia Civil, o balão decolou por volta das 7h do sábado passado e começou a pegar fogo pouco após o início do passeio. O piloto e outros passageiros relataram que o incêndio teve início no maçarico e que o extintor de incêndio, presente no cesto, não funcionou.
Durante a descida forçada, parte dos ocupantes — incluindo o piloto — conseguiu pular e sobreviver. Mais leve, o balão voltou a subir e, quando já estava a cerca de 45 metros de altura, quatro vítimas pularam e morreram com a queda. As demais quatro morreram carbonizadas após o cesto despencar tomado pelas chamas. O primeiro relatório dos bombeiros foi emitido às 8h18.
Os dois equipamentos centrais no acidente — maçarico e extintor — foram recolhidos e passam por perícia. O piloto afirmou que o maçarico envolvido no incêndio estava no piso do cesto e não estava em uso no momento em que o fogo começou. A polícia também analisa imagens e destroços do balão para concluir o laudo final do inquérito, que deve ser finalizado nos próximos dias.
O episódio reacendeu o debate sobre a regulamentação do balonismo turístico no Brasil. Atualmente, apenas o balonismo desportivo é regulamentado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o que deixa lacunas técnicas em voos com fins comerciais. O Ministério Público de Santa Catarina solicitou que a empresa preste esclarecimentos sobre o acidente em até 10 dias, a partir do último dia 23.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper