Por: Alfredo Roeber
Uma triste constatação. Parece inacreditável, mas no final de 2024, a Escola Margarida Pardelhas formou sua primeira turma de alunos que cursou todo o ensino fundamental e médio no prédio provisório — o mesmo onde funcionava o antigo Hospital de Fátima.
A unidade improvisada, adaptada e claramente precária, começou a operar em 2013, após o prédio original ser interditado e posteriormente demolido por decisão do poder público. Na época, a comunidade foi informada de que até 2020, a nova sede — ampla e moderna — na Avenida General Câmara, estaria pronta. A promessa não se cumpriu.
Passados mais de dez anos, a obra segue inacabada. Diversas paralisações por falta de verba mantiveram a construção estagnada, e os alunos de então já estão concluindo todo o seu ciclo estudantil na unidade adaptada.
Crianças que começaram a 1ª série em 2013, na esperança de que o 8º ano já fosse na nova escola, concluíram o ensino médio em 2024 ainda no “velho hospital”. E o mesmo destino parece estar reservado às próximas turmas.
É difícil viver em um país onde a educação não é prioridade. Uma escola essencial à comunidade foi relegada, com obras paralisadas diversas vezes por falta de recursos. Enquanto isso, bilhões são destinados a fundos eleitorais, desviados de aposentados ou saqueados por agentes públicos corruptos.
Esse é o retrato do nosso Brasil.