Com foco na semeadura da safra 2025/26, a oferta de arroz em casca segue limitada no Rio Grande do Sul, conforme levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O problema se agravou nas últimas semanas devido às chuvas intensas que atingiram o estado, comprometendo o cronograma de plantio em diversas microrregiões produtoras.
O impacto climático acendeu um alerta entre orizicultores e agentes do setor. Com o solo encharcado e áreas alagadas, o plantio enfrenta atrasos significativos, o que pode comprometer a janela ideal da safra. Responsável por cerca de 70% da produção nacional de arroz, o Rio Grande do Sul vive um momento de incerteza, com produtores buscando alternativas para manter o ritmo de trabalho nas lavouras.
Apesar da menor oferta da matéria-prima, compradores do arroz beneficiado relatam dificuldades na comercialização do produto final. Os preços do arroz industrializado encontram resistência no mercado, o que tem limitado reajustes na aquisição do arroz em casca. Segundo colaboradores consultados pelo Cepea, os lotes negociados recentemente representam menos da metade do volume normalmente adquirido, evidenciando um mercado desaquecido na ponta final da cadeia produtiva.
O cenário reforça o desafio de equilíbrio entre produção e demanda. De um lado, produtores enfrentam as consequências das condições climáticas adversas e o aumento de custos operacionais; de outro, a indústria lida com estoques elevados e baixa liquidez.
Especialistas alertam que, se as chuvas persistirem e o avanço da semeadura continuar comprometido, o abastecimento futuro poderá ser afetado, aumentando a pressão sobre os preços no início de 2026 e trazendo novos desafios à cadeia do arroz gaúcho.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper