Os produtores de soja no Rio Grande do Sul devem redobrar a atenção devido à presença significativa da praga conhecida como bicheira da semente (Delia platura) nas lavouras que estão começando a ser implantadas. As condições atuais de alta umidade, restos culturais no solo e temperaturas mais baixas favorecem o desenvolvimento do inseto, que pode comprometer o estande de plantas e reduzir a produtividade.
Segundo Glauber Stürmer, pesquisador em entomologia da Rede Técnica Cooperativa (RTC/CCGL), a bicheira da semente é uma mosca cujas larvas atacam os cotilédones das sementes de soja, causando a morte das plântulas e falhas na emergência. “Essa é uma praga extremamente silenciosa. Muitas vezes o produtor não visualiza o inseto, mas percebe o problema pelas falhas no estande de plantas”, explica o especialista.
A RTC orienta os produtores a intensificarem o monitoramento das áreas e a verificarem a eficiência do tratamento de sementes, adotando medidas que favoreçam uma emergência rápida e uniforme da soja. Cuidados como a profundidade adequada de semeadura e o uso de sementes bem tratadas são fundamentais para reduzir os riscos de perdas.
De acordo com Stürmer, as condições climáticas recentes, umidade, material vegetal em decomposição e a onda de frio prevista para os próximos dias, são ideais para a multiplicação da praga nas áreas de cultivo. “Temos observado ocorrências significativas em diferentes regiões do Estado, o que exige atenção redobrada neste momento inicial de plantio”, reforça o pesquisador.
O alerta serve como um chamado aos produtores para que adotem medidas preventivas imediatas, garantindo que as lavouras de soja tenham um bom início de ciclo e evitando perdas futuras na produção.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: Globo Rural
