O Rio Grande do Sul enfrenta um novo crescimento no número de casos de Covid-19 neste período de transição sazonal entre os vírus respiratórios. A Secretaria Estadual da Saúde (SES) emitiu neste mês uma nota informativa orientando os municípios a reforçarem medidas de prevenção. Na última semana, a Secretaria de Obras Públicas (SOP), em Porto Alegre, afastou 24 servidores diagnosticados com o vírus. Já em agosto, o Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) registrou surto com mais de 60 casos confirmados e duas mortes.
Segundo Renata Petzhold Mondini, farmacêutica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), o atual cenário é semelhante ao observado em 2023, quando houve elevação nos casos entre o fim de agosto e o início de outubro. O comportamento é explicado pela sazonalidade do vírus. “O SARS-CoV-2, causador da Covid-19, circula o ano inteiro, mas possui períodos de maior incidência, como ocorre agora, após o fim da sazonalidade da influenza e do vírus sincicial respiratório (VSR)”, explica.
De acordo com o painel da SES, em setembro de 2024 foram registrados 1.449 casos graves de Covid-19, contra 525 neste ano. Entre os casos leves, em 2024 houve 1.807 notificações no mesmo período, enquanto até setembro de 2025 já são 1.482, segundo dados do Ministério da Saúde.
A expectativa dos especialistas é de aumento moderado de casos nas próximas semanas, mas sem impacto significativo na rede hospitalar. Mondini reforça que a Covid-19 deixou de ser emergência de saúde pública e passou a integrar o conjunto de doenças respiratórias comuns. “Temos vacinas eficazes, medicamentos como o Paxlovid e métodos rápidos de diagnóstico. O importante é manter os cuidados”, ressalta.
Medidas de prevenção
A SES orienta que as medidas não farmacológicas continuem a ser adotadas:
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Higienização frequente das mãos.
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Uso de máscara em ambientes fechados, pouco ventilados ou em casos de sintomas gripais.
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Isolamento, quando possível, em situações de sintomas respiratórios.
O Estado disponibiliza testes rápidos de Covid-19 para os municípios e medicamentos voltados à prevenção de casos graves.
Vacinação
A vacinação contra Covid-19 segue incorporada ao calendário nacional, com prioridade para grupos vulneráveis. Confira os principais:
Vacinação de rotina
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Crianças de 6 meses a menores de 5 anos: esquema de três doses da Pfizer (Comirnaty).
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Idosos: uma dose a cada seis meses.
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Gestantes: uma dose a cada gestação.
Vacinação especial (a partir de 5 anos, uma dose anual):
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Pessoas em instituições de longa permanência.
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Indígenas, ribeirinhos e quilombolas.
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Puérperas.
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Trabalhadores da saúde.
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Pessoas com deficiência permanente ou comorbidades.
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Pessoas privadas de liberdade e funcionários do sistema prisional.
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Jovens em medidas socioeducativas.
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Pessoas em situação de rua.
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Imunocomprometidos (com esquema primário de três doses e reforço a cada seis meses).
População geral de 5 a 59 anos sem vacinação prévia: pode receber uma dose única em qualquer unidade de saúde.
As autoridades reforçam que a imunização continua sendo a principal forma de evitar casos graves e óbitos, além de reduzir o impacto do vírus na rotina da população.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper