A Avenida Paulista, em São Paulo, foi palco de uma manifestação liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, neste domingo (6), que reuniu cerca de 44,9 mil pessoas, segundo estimativa do Monitor do Debate Político da USP. O ato teve como principal pauta a defesa da anistia para os condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas por manifestantes contrários ao resultado das eleições presidenciais.
Durante o discurso, Bolsonaro atacou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando ser alvo de perseguição política. O ex-presidente também voltou a questionar a legitimidade do processo eleitoral de 2022, classificando sua derrota como um “golpe” e fazendo comparações com líderes internacionais como Marine Le Pen e Donald Trump.
Entre as figuras presentes na manifestação estavam os governadores Tarcísio de Freitas (SP) e Ronaldo Caiado (GO), além da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o padre Kelmon, já filiado ao PL. O ato também deu destaque à cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, de 39 anos, condenada a 14 anos de prisão por envolvimento nos atos de 8 de janeiro. Para os apoiadores de Bolsonaro, ela se tornou símbolo da campanha por anistia, sendo considerada mártir diante do que classificam como “dureza excessiva” nas penas aplicadas.
A manifestação ocorre poucos dias após o STF autorizar o julgamento de Jair Bolsonaro por suposta conspiração para reverter o resultado das eleições de 2022 — acusação que pode levar à sua prisão.
Paralelamente ao ato, uma pesquisa Genial/Quaest revelou que 56% da população brasileira é contra a concessão de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, enquanto 34% se dizem favoráveis à medida.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper