A Justiça do Rio Grande do Sul revogou, nesta terça-feira (21), a prisão do professor e advogado Conrado Paulino da Rosa, investigado por crimes sexuais contra mulheres em Porto Alegre. Ele estava detido desde 26 de setembro, e deixou a Penitenciária Estadual de Canoas após decisão judicial que determinou o uso de tornozeleira eletrônica.
De acordo com o Tribunal de Justiça do RS, a prisão era temporária, com prazo de 30 dias, e venceria em 24 de outubro. “A defesa manifestou pedido de soltura, sendo acolhido pelo Juízo. O processo segue em segredo de Justiça”, informou o órgão.
A defesa do professor argumentou que o pedido de liberdade foi fundamentado na violação do direito de defesa, alegando dificuldades no acesso ao inquérito policial. Em nota, afirmou que “não havia diligências pendentes que justificassem a manutenção da custódia”.
A Polícia Civil rebateu as alegações e declarou que “todos os advogados de defesa tiveram amplo acesso aos autos desde o início da investigação”, ressaltando que o sigilo foi mantido para preservar as vítimas e o próprio investigado.
Conrado é investigado por supostos crimes de estupro, agressão e violência psicológica, ocorridos entre 2013 e 2025. Pelo menos 16 mulheres prestaram depoimento à polícia, e quatro delas relataram publicamente os abusos. A delegada Fernanda Campos Hablich conduz o caso e informou que as vítimas serão submetidas a perícia psicológica.
Durante as buscas, realizadas em outubro, a polícia apreendeu computadores e outros objetos no apartamento do professor, que também foi demitido da Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP), onde lecionava e coordenava cursos de pós-graduação.
Entre as medidas cautelares impostas pela Justiça estão: monitoramento eletrônico, comparecimento mensal em juízo, proibição de contato com vítimas e testemunhas, retenção do passaporte, e recolhimento domiciliar noturno.
Em nota divulgada nas redes sociais, Conrado afirmou que “repudia qualquer forma de violência contra a mulher” e que “a verdade dos fatos se sobressairá”.
A Polícia Civil segue com as investigações, que continuam sob segredo de Justiça, para apurar a veracidade dos relatos e eventuais novos desdobramentos do caso.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: GZH
