A professora de 49 anos flagrada em vídeo agredindo um menino de 4 anos dentro da escola de educação infantil Xodó da Vovó, no bairro Cinquentenário, em Caxias do Sul, seguirá presa. A decisão foi tomada após audiência de custódia realizada nesta sexta-feira (22). Ela havia sido detida pela Polícia Civil em Palmeira das Missões, onde permanece no Presídio Estadual da cidade.
A mulher é investigada por tortura qualificada, crime previsto na Lei nº 9.455/1997, cuja pena pode chegar a 10 anos e 8 meses de prisão quando praticado contra criança. Durante o interrogatório, ela permaneceu em silêncio, na presença do advogado de defesa.
O caso veio à tona na segunda-feira (18), quando imagens das câmeras de segurança da escola mostraram a professora retirando uma pilha de livros de uma estante e atingindo a nuca de um aluno de 4 anos, que estava sentado com colegas. O impacto fez a criança bater o rosto na mesa, resultando em ferimentos no nariz, na boca e danos em seis dentes.
Inicialmente, a educadora alegou que o menino havia caído sozinho, mas a análise das gravações pela direção da escola comprovou a agressão. A funcionária foi afastada imediatamente, e os pais do aluno foram comunicados. A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) assumiu a investigação.
O menino passou por exame de corpo de delito e atendimento odontológico especializado, sendo constatada a necessidade de uso de aparelho corretivo para preservar parte da dentição afetada.
O diretor da escola, Cristhian Segatto Ferreira, destacou a postura da instituição diante do caso, “Investimos em câmeras e isso nos salvou agora, porque senão ficaria na situação de versão contra versão. Desligamos a professora, acolhemos a família, acompanhamos no boletim de ocorrência e demos todo o suporte possível”, afirmou.
Ferreira também frisou que a responsabilidade é exclusiva da ex-funcionária e destacou os 13 anos de atuação da escola, reforçando o compromisso com a integridade dos alunos.
A situação gerou forte comoção em Caxias do Sul, com manifestações de indignação nas redes sociais. Pais e comunidade escolar pedem maior fiscalização e a criação de protocolos de prevenção à violência em escolas infantis.
A DPCA segue investigando o caso, e novos desdobramentos no processo judicial devem ocorrer nos próximos dias.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper