O Hospital de Caridade de Crissiumal, única unidade hospitalar do município de 13 mil habitantes no Noroeste do Rio Grande do Sul, está sob intervenção administrativa desde esta semana. A medida foi determinada por decreto publicado no dia 31 de julho, em resposta a uma grave crise financeira que ameaçava a continuidade dos atendimentos.
De acordo com o documento, a instituição acumula dívidas com fornecedores, INSS e concessionária de energia, além de enfrentar dificuldades no pagamento de funcionários. Um relatório técnico apontou risco de falência, o que levou o Ministério Público a recomendar ações imediatas para evitar o colapso dos serviços prestados pelo hospital, que atende integralmente pelo SUS e também pacientes de municípios vizinhos.
Durante o período de intervenção, inicialmente previsto para durar seis meses, com possibilidade de prorrogação, a atual diretoria foi afastada. Um interventor foi nomeado com poderes para administrar recursos, contratar e demitir colaboradores, renegociar dívidas e até convocar assembleia para reformar o estatuto da entidade.
“Afastamos todos os atuais administradores e também a diretoria. Estamos trabalhando para fazer os levantamentos, ver a real situação e esperamos então fazer a recuperação. Estimamos algo em torno de quatro anos, entre R$ 8 e R$ 10 milhões, para dar conta de recuperar os problemas financeiros gravíssimos pelos quais passa esse hospital”, declarou o prefeito Marco Aurélio Nedel (PL).
A intervenção também autoriza a busca por apoio financeiro junto aos governos estadual e federal. Para contribuir com a recuperação, os vereadores de Crissiumal aprovaram, na última terça-feira (5), a devolução antecipada de R$ 300 mil economizados pela Câmara Municipal em 2025.
Seis dos nove parlamentares assinaram um pedido de providências reforçando a importância da manutenção dos serviços hospitalares. A expectativa do poder público é de que, com a intervenção, o Hospital de Caridade volte a operar com estabilidade e segurança, garantindo atendimento de qualidade à população.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper