O vereador Capitão Leonel Carlan foi contatado por nossa equipe jornalística para comentar seu posicionamento durante a última sessão da Câmara de Vereadores de Cruz Alta.
“Manifestei minha posição em defesa do respeito ao devido processo legal e da coerência na tomada de decisões. Pedi ao vereador Adir Preto, do PT, que se aprofundasse no caso do preso político conhecido como Clezão, que faleceu na prisão, antes de emitir julgamentos generalizados sobre os detidos do dia 8 de janeiro.
Assim como Clezão, ainda há muitas mães, avós e cidadãos de bem presos, enquanto criminosos — que deveriam estar cumprindo pena — continuam soltos, alguns ocupando inclusive cargos políticos. Basta observarmos com atenção: há condenados exercendo funções nos mais altos postos da nação.”
É importante refletir sobre o risco de julgarmos com base em paixões ideológicas, sem analisar os fatos com responsabilidade. Vejo com preocupação quando determinados setores políticos, que se apresentam como defensores da democracia e da justiça social, acabam por revelar incoerências entre o discurso e a prática.
Muitos desses grupos, que por vezes fazem críticas à polícia e ao sistema prisional, são os mesmos que comemoram a condenação arbitrária de cidadãos que, no dia 8 de janeiro, estavam desarmados e, segundo relatos, apenas expressavam sua indignação. É nesse contexto que cito o caso de Clezão, que permaneceu preso por dez meses — mesmo após a própria Procuradoria-Geral da República ter dado parecer favorável à sua soltura por motivos de saúde, o que foi ignorado pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes. Infelizmente, veio a óbito sem receber o amparo que deveria ter sido garantido a qualquer brasileiro.
Esse tipo de omissão nos leva a questionar a real coerência de grupos que, ao mesmo tempo em que defendem direitos humanos, apoiam regimes autoritários como os de Nicolás Maduro (Venezuela), Fidel Castro (Cuba) e Daniel Ortega (Nicarágua). A mesma contradição aparece quando rotulam adversários políticos como “fascistas”, enquanto demonstram simpatia por organizações que, abertamente, pregam a violência e o extermínio de povos — como o Hamas e o Hezbollah.
As incoerências são tantas que, muitas vezes, nos perguntamos: o que realmente defendem? O que de fato desejam? Em minha análise, essas posturas giram em torno de Ingenuidade, Ignorância, Ideologia ou Interesses políticos e financeiros — ou talvez a soma de todos esses fatores.
Como vereador, tenho a obrigação e o dever de representar os valores e princípios daqueles que depositaram em mim sua confiança. Precisamos construir, com responsabilidade, mecanismos para que nossa juventude, desde cedo, nas escolas, desenvolva um pensamento lógico e crítico — capaz de reconhecer contradições, compreender a realidade e fazer escolhas conscientes.
Liberdade de expressão, igualdade perante a lei e proteção da propriedade privada são pilares fundamentais de uma nação livre. Esses valores não podem ser relativizados ou flexibilizados. Defendê-los é, para mim, uma missão irrenunciável.”
Com informações: Jornalista Fernando Kopper