Os próximos dias prometem ser de ebulição política em Brasília diante de dois fatores que avançam em paralelo: a intensificação da pressão por uma anistia a Jair Bolsonaro (PL) e as novas ameaças vindas dos Estados Unidos após a condenação do ex-presidente.
Na última quinta-feira, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) definiu a pena de 27 anos e três meses de prisão a Bolsonaro no processo sobre a tentativa de golpe de Estado. A decisão elevou a temperatura no cenário nacional e internacional.
Nesta segunda-feira, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou que os EUA devem anunciar novas medidas contra o Brasil nos próximos dias. Em entrevista à Fox News, Rubio acusou o STF de “ativismo judiciário” e disse que o país enfrenta um processo de “deterioração do Estado de Direito”.
Segundo ele, Washington prepara uma resposta direta à condenação, “Haverá uma resposta dos Estados Unidos a isso, e teremos alguns anúncios na próxima semana ou algo assim sobre quais medidas adicionais pretendemos tomar. Mas isso, o julgamento (de Bolsonaro), é apenas mais um capítulo de uma crescente campanha de opressão judicial que tentou atingir empresas americanas e até pessoas operando a partir dos Estados Unidos”, declarou.
A expectativa é de que as retaliações envolvam a ampliação da cassação de vistos, que já afeta oito ministros do STF, além da aplicação da Lei Magnitsky, que atinge diretamente o ministro Alexandre de Moraes. Outro temor em Brasília é que as medidas avancem para o campo econômico, com a criação de novas tarifas contra produtos brasileiros e a redução da lista de exceções comerciais.
Enquanto isso, internamente, crescem os movimentos de parlamentares e apoiadores do ex-presidente em busca de articular uma anistia, vista como saída política diante da pena considerada histórica e sem precedentes. A combinação de pressões internas e externas projeta um cenário de forte instabilidade nos próximos dias.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper