O excesso de chuvas registrado em junho de 2025 causou atrasos significativos na semeadura e na implantação das lavouras de trigo no Rio Grande do Sul. A informação consta no Comunicado Agrometeorológico nº 88, divulgado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), que detalha os impactos climáticos no setor agropecuário.
Segundo a pesquisadora Loana Cardoso, uma das autoras do relatório, embora os volumes de chuva tenham sido menores que os observados nas enchentes de maio de 2024, os transtornos foram expressivos, especialmente nas Bacias Hidrográficas do Uruguai (rio Uruguai), Guaíba (rios Jacuí, Taquari, Caí, Sinos, Gravataí e Guaíba) e na Região das Bacias Litorâneas (rio Jaguarão).
A análise de 23 estações meteorológicas revelou que em 13 delas a precipitação ultrapassou os 300 milímetros. O maior volume foi registrado em Sobradinho, na Encosta Inferior da Serra, com 629,2 mm. Os desvios em relação à média climatológica foram consideráveis, chegando a 471,8 mm acima da média em Sobradinho e a 17,6 mm em Camaquã.
A umidade excessiva dos solos comprometeu o calendário agrícola, provocando atrasos no cultivo do trigo. De acordo com estimativas da Emater/RS-Ascar, a área plantada deve apresentar uma redução de 10%, reflexo dos riscos climáticos, dos preços pouco atrativos e da baixa demanda por crédito de custeio.
O Comunicado Agrometeorológico é elaborado mensalmente pelo grupo de Agrometeorologia do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA/Seapi), com base em dados das estações do Simagro e do Inmet. A publicação traz análises técnicas sobre o comportamento do clima e seus efeitos nas lavouras e na pecuária gaúcha.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper