Após uma semana marcada por intensos confrontos e paralisação das atividades legislativas, a Câmara dos Deputados deu início, nesta sexta-feira (08), às primeiras medidas disciplinares contra os líderes do motim que tomou conta do plenário. O presidente da Casa, Hugo Mota, anunciou o envio de representações à Corregedoria Parlamentar contra 15 deputados da bancada de oposição, acusados de quebra de decoro parlamentar.
A lista inclui dois nomes do Rio Grande do Sul: Marcel Van Hattem (Novo-RS), líder de sua bancada, e Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição. Segundo interlocutores próximos à presidência, ambos estão entre os principais articuladores do movimento e podem receber a pena máxima, suspensão por até seis meses sem salário, verba de gabinete ou benefícios parlamentares.
Além dos gaúchos, constam na relação Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Carlos Jordy (PL-RJ), Nikolas Ferreira (PL-MG), Alan Garcês (PP-MA), Caroline de Toni (PL-SC), Júlia Zanatta (PL-SC), Zé Trovão (PL-SC), Marco Feliciano (PL-SP), Domingos Sávio (PL-MG), Bia Kicis (PL-DF) e Paulo Bilynskyj (PL-SP).
A decisão, segundo Hugo Mota, foi colegiada pela mesa diretora e será analisada pelo Conselho de Ética, que terá entre três e cinco dias úteis para avaliar a admissibilidade das representações. O presidente defendeu uma punição “didática e marcante” para reafirmar a autoridade da Câmara e deixar claro que há regras de conduta a serem seguidas.
O clima de tensão deve se prolongar. Na próxima terça-feira (12), durante reunião do Colégio de Líderes, novos nomes poderão ser incluídos, inclusive da base governista. Um caso de agressão física entre Nikolas Ferreira (PL-MG) e Camila Hara (PT-MT), registrado pelas câmeras da Casa, pode levar à adição da deputada à lista.
A semana, considerada uma das mais conturbadas da atual legislatura, pode redefinir a relação entre oposição e governo nos próximos meses. As informações são do correspondente da Rádio Caxias em Brasília, o repórter Paulo Ottaran.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper