O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) publicou na terça-feira, 30, a Circular nº 103/2025, autorizando os agentes financeiros a disponibilizarem crédito rural a produtores impactados por eventos climáticos. A medida, que contempla o montante de R$ 12 bilhões, era aguardada com expectativa pelos agricultores, especialmente no Rio Grande do Sul, e permitirá o acesso a linhas de financiamento para a safra de verão 2025/2026.
Apesar do anúncio, lideranças rurais gaúchas lamentaram a demora. Para eles, a medida chega em momento tardio, já que o calendário agrícola está em pleno andamento.
“Que bom. Estávamos esperando que chegasse, embora esteja bem atrasada para as necessidades dos agricultores. Precisaria ter vindo muito antes. Agora precisamos que o sistema seja ajustado o mais rápido possível para que os produtores possam acessar estes recursos”, afirmou Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag).
Segundo ele, a entidade mantém contato com o Governo desde fevereiro, inclusive com a entrega de uma pauta elaborada por sindicatos e pela Fetag. “A demora fez com que muitos agricultores não consigam plantar a próxima safra. E muitos vão plantar com tecnologia abaixo do que deveria, por falta de agilidade do Governo”, acrescentou.
O dirigente reforçou ainda a necessidade de rapidez na operacionalização dos bancos. “Precisamos de uma agilidade do sistema financeiro, que tente o mais rápido possível ajustar o sistema para que possamos botar o produtor a ter acesso a esta linha, para ‘limpar’ o CPF, e para que ele possa buscar um novo custeio para plantar a próxima safra.”
Já o economista-chefe da Farsul, Antonio da Luz, destacou que a safra já está em movimento no Estado, com o milho se encaminhando para o fim do plantio, o arroz em semeadura e a soja com previsão de início em cerca de 20 dias.
“O que veio tarde não foi a Circular do BNDES, o que veio tarde foi o ponto de partida, a Medida Provisória, dia 5 de setembro. Se era para fazer uma Medida para resolver deste modo, era melhor ter acontecido lá em abril ou maio, que estaria tudo resolvido”, criticou Da Luz.
Segundo ele, a Farsul entregou ao Governo, no dia 26 de fevereiro, uma proposta para antecipar soluções mais eficazes do que as agora apresentadas.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper