A transferência da gestão da Arena do Grêmio, firmada em outubro entre o presidente do clube, Alberto Guerra, e o empresário Marcelo Marques, tornou-se alvo de contestação judicial por parte de credores da Metha (antiga OAS). A empresa, que passa por recuperação judicial com dívidas que somam R$ 6 bilhões, vendeu o ativo pela quantia de R$ 50 milhões, valor que agora é colocado em dúvida pelos credores envolvidos no processo.
De acordo com informações divulgadas pelo portal O Globo, os credores afirmam que a negociação ocorreu de forma irregular. Eles apontam que a Arena havia sido avaliada em “zero” dentro do plano de recuperação judicial, mas foi vendida logo depois por R$ 50 milhões. Para parte dos credores, o valor deveria ser distribuído entre todos os envolvidos no processo de recuperação da Metha, e não integralmente direcionado à empresa, que declarou não possuir ativos.
Há ainda alegações de que a Metha teria ocultado outros patrimônios durante a negociação. O vice-presidente do Grêmio, Eduardo Magrisso, afirmou que a disputa judicial entre a empresa e seus credores não interfere na legalidade da compra da gestão feita pelo clube.
A operação oficializada em outubro garantiu ao Grêmio o controle antecipado da Arena, oito anos antes do prazo final previsto no antigo contrato com a OAS, que se estendia até 2033. Marcelo Marques pagou R$ 145 milhões à Arena Porto-Alegrense, empresa vinculada à antiga OAS/Metha, e assumiu ainda dois terços da dívida referente à construção do estádio, valores que estavam nas mãos do fundo de investimentos Reag e da empresa Revee, voltada à infraestrutura e eventos.
Com a conclusão da transação, o clube passou a administrar o estádio de forma plena, enquanto as discussões judiciais envolvendo a Metha e seus credores seguem em andamento.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: Correio do Povo/Hiltor Mombach
