Nesta quarta-feira, dia 16 de dezembro, a Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ) foi acionada pela Patrulha Ambiental da Brigada Militar (PATRAM) para o recebimento de um exemplar de onça-parda (Puma concolor), espécie também conhecida como leão-baio ou suçuarana. O animal, uma fêmea com idade estimada entre 11 e 12 meses, foi vítima de atropelamento na rodovia RSC-377, a cerca de 10 quilômetros da zona urbana de Cruz Alta, em um trecho próximo à propriedade conhecida como Terra Boa.
O registro chama a atenção pelo número de ocorrências envolvendo a espécie na região. Em um período de apenas um ano e dois meses, este é o terceiro exemplar de onça-parda recebido pela UNICRUZ após atropelamentos em rodovias, evidenciando um cenário preocupante para a conservação do felino no Rio Grande do Sul.
De acordo com a instituição, o animal passará inicialmente por um processo de congelamento e, posteriormente, será submetido à taxidermia. O procedimento consiste na retirada e substituição dos órgãos internos, ossos e músculos, seguida da montagem detalhada de uma estrutura interna com técnicas específicas, que dará forma e posição ao exemplar. O objetivo é preparar o animal para uso em exposições educativas e em campanhas de conscientização ambiental, reforçando a importância da preservação da fauna silvestre.
Conforme a literatura especializada, a onça-parda está presente no Rio Grande do Sul, ocorrendo nos biomas Pampa e Mata Atlântica. No entanto, trata-se de uma espécie considerada rara e ameaçada no estado, com populações isoladas principalmente em função da perda de habitat. Atropelamentos em rodovias figuram entre as principais causas de mortalidade, ao lado da caça e da expansão da malha viária, que fragmenta áreas naturais e aumenta o risco de colisões com veículos.
O Puma concolor é o segundo maior felino das Américas e desperta tanto fascínio quanto preocupação entre pesquisadores e especialistas em fauna. Possui pelagem de coloração parda, variando do acinzentado ao avermelhado, e é capaz de habitar diferentes ecossistemas, desde florestas densas até campos abertos e regiões serranas. No Rio Grande do Sul, a espécie consta na lista estadual como em perigo de extinção, situação considerada extremamente grave, já que apresenta populações naturalmente pequenas e baixa taxa de reposição.
Projetos de monitoramento, resgate e proteção, envolvendo órgãos como o Ibama e instituições como o Zoológico de Cachoeira do Sul, buscam minimizar os impactos sobre a espécie. Ainda assim, casos como o registrado em Cruz Alta reforçam a necessidade de ampliar ações de conscientização, sinalização adequada em rodovias e políticas públicas voltadas à proteção do habitat natural da onça-parda.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte e foto: Alcir61net/Unicruz
