O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou a ofensiva contra o governo do ditador Nicolás Maduro ao enviar três navios de guerra equipados com sistema de mísseis guiados Aegis para a costa da Venezuela. A operação, anunciada nesta quarta-feira (20) por uma fonte à AFP, foi justificada pela Casa Branca como parte da estratégia de combate ao narcotráfico, mas gerou forte reação internacional.
A mobilização ocorre dias após Washington elevar para 50 milhões de dólares (cerca de R$ 273,6 milhões) a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro, acusado pela justiça americana de liderar o chamado Cartel de los Soles, supostamente vinculado ao tráfico de drogas. Além da frota naval, a imprensa americana aponta que cerca de 4 mil fuzileiros navais podem ser deslocados para a região caribenha.
O movimento militar provocou críticas imediatas da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), bloco formado por países de orientação esquerdista. Em comunicado, a aliança classificou a ação como “uma ameaça à paz e à estabilidade da região” e anunciou apoio a Maduro diante das acusações de Washington. Os membros do Alba também solicitaram à Colômbia uma reunião emergencial de chanceleres da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
A Casa Branca, por sua vez, reafirmou que Trump está disposto a usar “todos os meios” para interromper o narcotráfico e responsabilizar o governo venezuelano. “Maduro não é um presidente legítimo, mas um fugitivo que comanda um cartel do narcoterror”, declarou a porta-voz Karoline Leavitt.
Em resposta, Maduro anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos venezuelanos, classificando a operação americana como uma “ameaça direta” contra a soberania do país.
A escalada amplia a tensão diplomática no continente e reforça o impasse entre Washington e Caracas, em um momento em que a América Latina observa com preocupação os possíveis desdobramentos militares da crise.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper