A Polícia Civil revelou novos detalhes sobre a investigação do publicitário Ricardo Jardim, de 66 anos, preso preventivamente sob acusação de esquartejar a companheira, Brasilia Costa, de 65 anos, em Porto Alegre. De acordo com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o suspeito realizou buscas na internet sobre formas de identificação de pessoas por DNA logo após abandonar parte do corpo da vítima em uma mala na rodoviária da capital.
Segundo o diretor do DHPP, delegado Mario Souza, as pesquisas indicam que Jardim tinha a intenção de dificultar o reconhecimento da vítima. “Foi por isso que ele retirou o crânio e cortou os dedos da mulher. A intenção era mantê-la no anonimato”, explicou. Souza acrescentou que, após descobrir que ainda seria possível a identificação por DNA, o investigado demonstrou desespero e chegou a planejar fuga do país e suicídio.
O crime, ocorrido em 9 de agosto, chocou o estado pela brutalidade. Quatro dias após a morte, pernas e braços da vítima foram deixados em sacos de lixo no bairro Santo Antônio. Em 20 de agosto, o tronco foi encontrado dentro de uma mala na rodoviária de Porto Alegre, registrada em nome de uma pessoa que não tem relação com o caso. A cabeça ainda não foi localizada.
No último fim de semana, duas pernas foram encontradas às margens do Guaíba, nos bairros Ipanema e Cristal, e tiveram a equivalência genética confirmada pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP). As partes apresentavam cortes semelhantes aos demais restos mortais.
Brasilia Costa era natural de Arroio Grande, trabalhava como manicure e cabeleireira e mantinha relacionamento com o suspeito havia seis meses. O irmão dela, sargento da reserva da Brigada Militar, acompanha o caso.
Ricardo Jardim está detido na Penitenciária Estadual de Charqueadas II. Ele admitiu o esquartejamento, mas nega a autoria do homicídio. A Defensoria Pública acompanha o processo e poderá assumir a defesa caso não haja advogado particular.
As buscas pela cabeça da vítima seguem em aberto, embora haja receio de que a parte possa ter sido descartada em lixo orgânico recolhido por caminhões de coleta e destinado a um aterro em Minas do Leão, na Região Carbonífera. A investigação prossegue sob responsabilidade do DHPP.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: Correio do Povo