Um crime que abalou a fé e a história de uma pequena comunidade rural foi registrado no interior de Campo Novo, no Noroeste do Rio Grande do Sul. O sino centenário da capela da comunidade Sítio Bindé, localizada a cerca de cinco quilômetros do centro da cidade, foi furtado de sua torre. A ausência do objeto, de grande valor simbólico para os moradores, foi percebida no fim da tarde de quinta-feira (24).
Com apenas 13 moradores, a comunidade vive dias de consternação. O sino, que segundo relatos havia sido trazido de fora da região há cerca de 100 anos, marcava momentos importantes da vida local, como missas, funerais e celebrações. Para muitos, era um elo com os antepassados que ajudaram a fundar a localidade.
“A comunidade está chocada com isso que aconteceu, parece que é o segundo município da região que roubam o sino da igreja. Veio lá de fora o sino, no tempo que transportava com carroça”, contou o agricultor Darzeli Silva.
A descoberta do furto foi feita por uma moradora que vive em frente à capela. Ao retornar do trabalho, ela notou que o sino já não estava mais na torre. Ainda não se sabe o horário exato em que o crime foi cometido, mas os moradores acreditam que tenha ocorrido durante a noite anterior. Eles afirmam não ter percebido nenhuma movimentação suspeita na região.
“Temos esperança de encontrar. Sentimos muito, a gente tantos anos cuidando aqui, pra acontecer uma coisa dessas”, lamentou a agricultora Eva da Cruz.
Na lavoura ao lado da capela, foram encontradas marcas no solo que indicam que o sino pode ter sido arrastado até algum veículo. O caso foi registrado na Polícia Civil, que deverá investigar o furto.
Para a comunidade do Sítio Bindé, o sino não era apenas um objeto material, mas uma herança espiritual e cultural que agora se transformou em ausência e saudade.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper