Os preços do trigo seguem em queda no Rio Grande do Sul neste início de agosto, acompanhando a tendência nacional apontada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O bom andamento das lavouras gaúchas, aliado à expectativa de colheita volumosa também na Argentina, principal fornecedora do cereal ao Brasil, tem pressionado as cotações internas.
De acordo com dados da Emater/RS, divulgados recentemente, o clima tem sido favorável para o desenvolvimento das lavouras no Estado. A umidade adequada do solo, as temperaturas amenas e a maior incidência de luz solar vêm garantindo boas condições para o crescimento das plantas. Esse cenário eleva a expectativa de uma safra de qualidade, mas ao mesmo tempo reduz a valorização do produto no curto prazo.
O Rio Grande do Sul é o maior produtor de trigo do país e, segundo especialistas, a boa safra local é um dos principais fatores que explicam a queda nos preços. Mesmo a valorização do dólar frente ao real, que normalmente encarece importações, não tem sido suficiente para sustentar as cotações, devido à elevada oferta.
Com a colheita se aproximando, a tendência é de que a pressão sobre os preços continue. Para os produtores gaúchos, o momento exige cautela na comercialização, especialmente diante da concorrência do trigo argentino. A expectativa é de que o mercado interno só apresente recuperação caso ocorram mudanças significativas no clima ou nas negociações internacionais.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper