O pinhão, símbolo do outono e do inverno gaúcho, vai ficando mais raro nas bancas e feiras à medida que a safra de 2024 se aproxima do fim no Rio Grande do Sul. Segundo dados da Emater, a colheita deve fechar com um volume estimado de 860 toneladas, o que representa uma redução de 16% em relação ao ano passado. Apesar do recuo na média estadual, há localidades com desempenho acima do registrado em 2023, como São Francisco de Paula, onde a produção teve crescimento estimado em 20%.
De acordo com a engenheira florestal Adelaide Ramos, do escritório regional da Emater em Caxias do Sul, mais de 90% da produção estadual está concentrada nas variedades precoces, colhidas entre o fim de março e o fim de junho. Agora, no encerramento da temporada, restam as cultivares mais tardias, que têm menor expressão em volume.
“A partir do final de junho, temos apenas colheitas pontuais. A oferta diminui, e os preços tendem a subir”, explica Adelaide.
Na regional de Caxias do Sul, os pinhões têm apresentado boa qualidade, com tamanho considerado mediano. Os preços variam conforme o tipo de comercialização. Na venda direta ao consumidor nas propriedades, o quilo custa entre R$ 8 e R$ 9. Já em entregas em domicílio e vendas em supermercados, feiras e fruteiras, o valor varia entre R$ 10 e R$ 16. Na Ceasa, o preço médio é de R$ 10.
Em São Francisco de Paula, a estimativa da Emater é de 100 toneladas colhidas, frente às 83 do ano passado. Apesar da alta, o volume ainda fica abaixo da safra cheia, que costuma alcançar 120 toneladas.
Na região de Passo Fundo, o pinhão também está em final de safra. Os preços ao consumidor atualmente variam entre R$ 12 e R$ 14 por quilo, uma queda em relação ao pico da temporada, quando chegaram a R$ 17. Em Soledade, aproximadamente 80% da área plantada já foi colhida, restando as variedades mais tardias. O preço pago diretamente ao produtor ficou entre R$ 5 e R$ 7.
Mesmo com a redução na média estadual, o consumo de pinhão segue presente nas mesas dos gaúchos durante os meses mais frios, sustentado por estoques mantidos por produtores e comerciantes. A expectativa, agora, é que a próxima temporada possa retomar o ritmo das safras anteriores, com maior regularidade climática e boa floração das araucárias.
Com informações: Fernando Kopper – jornalista
Fonte: GZH