O início da safra 2025/2026 de milho no Rio Grande do Sul vem ocorrendo de forma gradual. A implantação das lavouras está sendo conduzida de acordo com as condições climáticas e seguindo as orientações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).
Desde o início de agosto, produtores têm intensificado operações de preparo do solo e dessecação das áreas destinadas ao cultivo. A semeadura começou em localidades menos suscetíveis à ocorrência de geadas, beneficiada por dias secos, maior insolação e elevação da temperatura do solo, fatores que favoreceram o avanço do plantio e o estabelecimento inicial das lavouras.
O boletim aponta tendência de expansão da área cultivada em relação à safra passada, impulsionada pelos bons resultados produtivos de 2024, programas de fomento, necessidade de rotação de culturas e estratégias de manejo voltadas à mitigação da variabilidade climática. Os dados consolidados da área e do potencial produtivo serão divulgados em 2 de setembro, durante a 47ª Expointer, em Esteio.
Na safra 2024/2025, segundo o IBGE, o Rio Grande do Sul registrou produtividade média de 7,37 toneladas por hectare, em um total de 711,1 mil hectares plantados.
Avanço regional do plantio
Na Fronteira Oeste, o aumento da temperatura do solo impulsionou a semeadura. Em Maçambará, cerca de 750 hectares já foram implantados, sobretudo sob irrigação. Em São Borja, aproximadamente 4,5 mil hectares foram cultivados, em áreas que planejam uma segunda safra após a colheita do milho precoce. A Emater ressalta que o plantio realizado ainda em agosto costuma apresentar desempenho superior, enquanto atrasos expõem os cultivos a maior risco de estiagens no período reprodutivo.
Na Serra gaúcha, em Caxias do Sul, o solo segue em preparo, com início do plantio previsto para setembro. Em Erechim, produtores relatam dificuldades com crédito e seguro agrícola, optando por utilizar recursos próprios para implantar lavouras em áreas de menor risco de geadas.
Na região de Ijuí, a semeadura avançou intensamente na última semana, sobretudo nos municípios da Região Celeiro, enquanto em outros a espera pela elevação das temperaturas mantém o ritmo mais lento.
Já na região de Santa Rosa, estima-se que 40% da área esteja implantada, com lavouras precoces apresentando boa emergência. Até o momento, não há registros de cigarrinha, mas a Emater orienta os agricultores a monitorar os cultivos.
No Vale do Rio Pardo, municípios como Rio Pardo e Candelária já implantaram mais de 50% da área prevista. A adoção de cultivares de ciclo precoce e a antecipação do plantio vêm sendo estratégias utilizadas para reduzir riscos de estiagens e de altas temperaturas no fim do ano.
Mercado
O boletim também registrou elevação de 0,84% no preço médio estadual da saca de milho, que passou de R$ 61,85 para R$ 62,37.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper