Apesar da redução de 62% nos casos prováveis de dengue no Rio Grande do Sul em 2025, o Ministério da Saúde reforça que o combate ao Aedes aegypti deve seguir com atenção redobrada. Nesta segunda-feira (3), a pasta lançou a campanha nacional “Não dê chance para a dengue, zika e chikungunya” e anunciou o repasse de R$ 183,5 milhões para ampliar o uso de novas tecnologias de controle vetorial em todo o país.
O estado contabiliza 84,7 mil casos prováveis neste ano, contra 224 mil registrados no mesmo período de 2024. Os óbitos também caíram: foram 51 mortes em 2025, frente a 281 no ano passado. Mesmo assim, o Ministério alerta que o cenário não permite relaxamento.
“Mesmo com essa melhora, não podemos baixar a guarda. A dengue continua sendo a principal endemia do país, e o impacto das mudanças climáticas amplia o risco de transmissão em regiões onde antes o mosquito não existia”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
No Brasil, a redução é ainda mais expressiva: 1,6 milhão de casos prováveis foram registrados em 2025, queda de 75% em relação ao mesmo período do ano passado. As mortes somam 1,6 mil, redução de 72% em comparação com 2024.
A campanha nacional é acompanhada da mobilização para o Dia D da Dengue, marcado para este sábado (8), com ações de conscientização em municípios de todo o país. O foco é incentivar a eliminação de criadouros dentro das residências, onde está a maior parte das fontes de reprodução do mosquito.
Além disso, o Ministério da Saúde vai ampliar tecnologias como o método Wolbachia, que impede o desenvolvimento dos vírus dentro do Aedes aegypti. Atualmente aplicado em 12 municípios, ele será expandido para mais 70 cidades, incluindo 13 ainda em 2025. Niterói (RJ), primeira cidade com cobertura total da técnica, registrou queda de 89% nos casos de dengue e 60% nos de chikungunya.
Outras estratégias reforçadas incluem Estações Disseminadoras de Larvicidas, aplicação intradomiciliar de inseticida de longa duração e a técnica do inseto estéril. Também houve reforço na estrutura de atendimento: 2,3 milhões de sachês de soro de reidratação oral, 1,3 milhão de testes laboratoriais e 1,2 mil nebulizadores portáteis foram distribuídos aos municípios.
Na área da vacinação, o Instituto Butantan avança para produzir, a partir de 2026, até 40 milhões de doses anuais de uma vacina totalmente brasileira, aguardando registro da Anvisa. Atualmente, o Brasil é o primeiro país a oferecer imunização gratuita contra a dengue no SUS, destinada a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em cidades com maior risco.
Mesmo com os avanços, o alerta permanece: eliminar água parada segue sendo a medida mais eficaz. O Ministério reforça que a prevenção começa dentro de casa.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
