O número de feminicídios no Rio Grande do Sul aumentou em 2025, segundo dados divulgados pelo governo estadual. Entre janeiro e setembro deste ano, 57 mulheres foram assassinadas, contra 47 no mesmo período de 2024. As tentativas de feminicídio também cresceram, chegando a 205 casos, o que representa alta de 23% em relação ao ano anterior.
Além disso, mais de 13 mil mulheres sofreram lesões corporais nos nove primeiros meses de 2025 — uma média de 48 vítimas por dia. Diante do cenário de crescimento da violência, o governo gaúcho estuda a implementação de tecnologias integradas como estratégia para identificar e prevenir casos de agressão antes que evoluam para situações mais graves.
A secretária da Mulher, Fábia Richter, afirmou que o Estado busca compreender a dinâmica dos casos para aprimorar a rede de proteção existente. “Estamos estudando os casos para entender a mecânica e dar mais liberdade e segurança às mulheres”, destacou. Segundo ela, o objetivo é fortalecer os serviços já disponíveis e garantir que as vítimas tenham condições seguras de pedir ajuda.
A proposta em estudo prevê a criação de um sistema capaz de integrar dados de diferentes órgãos públicos, como saúde, desenvolvimento social e conselhos tutelares. A tecnologia permitirá cruzar informações e identificar sinais de violência que ainda não chegam à polícia ou ao Judiciário.
“Queremos mapear vítimas que não tenham entrado no sistema de justiça e criar alertas de risco”, explicou uma das responsáveis pelo projeto. O sistema deverá emitir notificações automáticas para as equipes de atendimento, permitindo ações preventivas e o monitoramento contínuo de casos.
A ferramenta também auxiliará na identificação de padrões de comportamento e registros anteriores, como históricos médicos ou acionamentos de conselhos tutelares, que possam indicar situações de violência doméstica. “Por vezes, esses indicadores aparecem em registros de saúde ou assistência social, mas não chegam à segurança pública”, observou Viviane, integrante da equipe técnica envolvida no desenvolvimento da proposta.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper