O cultivo de morangos no Rio Grande do Sul apresenta cenários bastante distintos entre as regiões do estado, conforme aponta o mais recente Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar. As condições climáticas das últimas semanas influenciaram diretamente o desenvolvimento das plantas, a incidência de doenças fúngicas e o comportamento dos preços no mercado, que seguem elevados em grande parte do território gaúcho.
Na região de Caxias do Sul, o predomínio de dias ensolarados, com baixa nebulosidade e escassez de chuvas, contribuiu para o bom aspecto fitossanitário das lavouras. Segundo a Emater, as plantas apresentaram bom desenvolvimento e começaram a emitir novas flores. A qualidade dos frutos também melhorou, com coloração mais intensa e redução da acidez. Ainda assim, a baixa oferta frente à alta demanda mantém os preços altos, com o quilo do morango in natura sendo vendido entre R$ 30,00 e R$ 40,00, enquanto os congelados variam de R$ 12,00 a R$ 15,00. Para suprir a demanda, agricultores da região continuam adquirindo morangos de outros estados.
Já em Pelotas, o clima úmido e a baixa insolação têm prejudicado o desempenho das lavouras. O crescimento das plantas e a floração foram comprometidos, ao mesmo tempo em que aumentou a incidência de doenças fúngicas, resultando em frutos de pequeno calibre. A produção segue limitada, e os preços variam de R$ 25,00 a R$ 40,00 por quilo.
Na região de Santa Rosa, os produtores enfrentam altos índices de oídio e registros de antracnose nas flores e pedúnculos. A Emater alerta que os agricultores que utilizam produtos de baixa toxidez têm enfrentado mais dificuldades no controle das doenças. Como medida de contenção, estão sendo realizadas podas de limpeza, além da substituição de plantas e substratos.
Na regional de Soledade, o clima tem favorecido a emissão de flores, mas no Baixo Vale do Rio Pardo, a presença constante de neblina ao amanhecer tem reduzido a luminosidade, o que, somado ao frio, atrasa a maturação dos frutos e favorece doenças fúngicas.
Em Santa Maria, a produção varia conforme o estágio das mudas. Enquanto as mudas recém-plantadas estão em fase de crescimento, áreas com plantas de segundo e terceiro ano já iniciaram a colheita, ainda que de forma menos intensa do que nos picos anteriores. Em São Vicente do Sul, o excesso de umidade e a baixa luminosidade provocaram o surgimento de antracnose e prejudicaram a floração. Já em Agudo, os preços na RSC-287 estão entre R$ 50,00 e R$ 70,00/kg, enquanto em Santa Maria o valor médio está em R$ 35,00/kg.
Em Bom Princípio, na região de Lajeado, a safra começou com intensidade. Os frutos colhidos têm apresentado bom tamanho, firmeza e doçura, sem registros significativos de pragas ou doenças até o momento. O preço médio por quilo, vendido em caixas com quatro bandejas de 250 gramas, gira em torno de R$ 30,00, dependendo da qualidade e do calibre. Segundo a Emater/RS-Ascar, este desempenho positivo contrasta com o mesmo período do ano passado, quando as chuvas intensas comprometeram quase toda a produção.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper