A produção de leite no Rio Grande do Sul alcançou 3,844 bilhões de litros em 2025, praticamente estável em relação a 2023, quando o volume foi de 3,837 bilhões. Os dados integram a 6ª edição do Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite, elaborado pela Emater/RS-Ascar e apresentado nesta quarta-feira (3), durante a 48ª Expointer, em Esteio.
Apesar de o Estado ocupar a terceira posição nacional em produção e a quarta em captação, o avanço tem sido tímido. “A produção está aumentando, mas quase nada se compararmos com o período de 10 anos”, avaliou o extensionista e zootecnista Jaime Ries, coordenador do estudo.
O levantamento aponta redução no número de estabelecimentos produtores de leite para industrialização: de 33 mil em 2023 para 28,9 mil em 2025. Também houve queda no rebanho leiteiro, que passou de 769,8 mil para 742,5 mil vacas no período.
Por outro lado, os índices de produtividade mostram evolução. A produção média por vaca atingiu 17 litros/dia em 2025, contra 16,3 litros em 2023. Já o volume médio diário por estabelecimento cresceu de 317,2 litros para 363,8 litros.
O perfil produtivo segue concentrado em sistemas menores: 63,8% dos produtores trabalham com até 300 litros/dia, responsáveis por 23,5% da produção estadual. A maior fatia está entre 29,2% dos produtores, que produzem de 301 a 1.000 litros/dia, somando 39,5% da produção. Já os 6,8% que superam 1.001 litros diários concentram 36,87% do total.
A atividade está presente em 451 municípios gaúchos, movimentando um Valor Bruto de Produção (VBP) estimado em R$ 9,5 bilhões anuais.
Entre as principais dificuldades enfrentadas pelos produtores, o relatório destaca o baixo preço pago pelo leite (49,5%), a escassez de mão de obra (49,3%) e os altos custos de produção (45,7%), fatores que seguem desafiando a competitividade da cadeia leiteira no Estado.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper