Um policial penal foi preso em flagrante na noite do último sábado (12), ao tentar entrar com celulares e dispositivos eletrônicos na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), localizada na Região Carbonífera. O agente é investigado por suposta ligação com detentos da unidade prisional e, segundo a polícia, teria tentado burlar o sistema de segurança para introduzir os objetos no presídio.
De acordo com informações apuradas, o servidor estava lotado na Pasc há cerca de dois anos. Antes disso, chegou a ocupar o cargo de diretor da Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan). Morador do bairro Mathias Velho, em Canoas, ele teria parentes com envolvimento no crime organizado, mas até então não havia sido flagrado em condutas ilícitas.
A tentativa de ingresso com os materiais ocorreu por volta das 20h, na entrada da unidade. O agente retirou a jaqueta que vestia e a deixou ao lado do portal detector de metais, atravessando o equipamento sem ela. Em seguida, voltou para buscar o casaco, uma prática que já havia sido observada outras vezes e que levantou suspeitas entre os colegas de plantão.
Durante a revista, foram encontrados três celulares iPhone, um carregador e dois smartwatches escondidos em um bolso da jaqueta, enrolados com fita isolante. Os aparelhos, que possuem funcionalidades avançadas como ligações e envio de mensagens, são altamente restritos em unidades prisionais de segurança máxima, por possibilitarem comunicação com o exterior e articulação de crimes.
O policial penal alegou que estava sendo ameaçado por presos da penitenciária, o que, segundo ele, teria motivado a ação. Após o flagrante, ele foi levado para a Delegacia de Polícia de Charqueadas, onde a ocorrência foi registrada. Em seguida, foi liberado, mas permanece afastado das funções e responderá ao processo em liberdade.
A Polícia Civil agora investiga o caso para apurar o grau de envolvimento do servidor com os internos da Pasc e se há outros servidores ou detentos envolvidos no esquema. O episódio acende um alerta sobre o risco de infiltrações criminosas mesmo em unidades de segurança máxima, como é o caso da Pasc, considerada uma das prisões mais rigorosas do Estado.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte e foto: Correio do Povo