Dois dias após a queda que resultou na morte da menina Bianca Bernardom Zanella, de 11 anos, no Cânion Fortaleza, em Cambará do Sul (RS), a Polícia Civil segue investigando as circunstâncias do acidente. O caso ocorreu na tarde de quinta-feira (10), quando a criança, natural de Curitiba (PR), caiu de uma altura de aproximadamente 70 metros durante um passeio com a família no Parque Nacional da Serra Geral.
O laudo de necropsia confirmou que Bianca morreu em decorrência de politraumatismo. Já o laudo pericial do local do acidente deve ficar pronto em até 30 dias e será fundamental para apurar possíveis falhas de segurança na área do mirante, onde a queda ocorreu.
Segundo a investigação, a família estava no topo do cânion por volta das 13h30 quando decidiu descer para a base do parque, onde funciona uma lanchonete. A mãe seguiu na frente com os filhos de 5 e 9 anos, enquanto o pai permaneceu com Bianca. De acordo com o relato do pai, a menina saiu correndo em direção à borda e caiu antes que ele conseguisse contê-la.
O Corpo de Bombeiros, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a empresa concessionária Urbia iniciaram as buscas logo após o acionamento. O corpo da menina foi localizado às 17h30 com o auxílio de um drone com câmera termal, devido à neblina densa no local. O resgate foi concluído às 23h, por meio de uma operação de rapel conduzida por equipes especializadas.
A delegada Fernanda Aranha, responsável pelo inquérito, afirmou que a investigação avaliará se havia sinalização adequada na área e se a criança ainda estava com vida no momento em que foi localizada pelo drone. “A perícia técnica vai esclarecer esses pontos importantes para o andamento do caso”, declarou.
O ICMBio informou que está prestando apoio à família e ressaltou que, desde a criação do parque em 1992, este é o primeiro óbito registrado de um visitante autorizado. Desde o início do monitoramento, em 2000, mais de 1,3 milhão de pessoas já passaram pelo local.
O Cânion Fortaleza, conhecido por suas paisagens imponentes, atrai turistas de todo o Brasil, especialmente durante as férias escolares. A tragédia reacende o debate sobre segurança em áreas naturais e a necessidade de reforço em sinalizações e contenções nos pontos mais perigosos.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper