Nesta quinta-feira, 02/10, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, deflagrou a Operação Invasor, voltada ao combate a fraudes envolvendo a retirada indevida de restrição judicial sobre veículos apreendidos em processos criminais.
Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão preventiva nos municípios de Sapiranga, Portão, Dois Irmãos e Rolante, incluindo diligências na Penitenciária Estadual de Canoas. Durante a operação, foram apreendidos aparelhos celulares utilizados no esquema criminoso.
O grupo criminoso invadiu a conta Gov.br de uma magistrada federal para burlar o sistema judiciário e desbloquear ilegalmente restrições sobre veículos, movimentando valores expressivos no mercado automotivo. O objetivo era transferir os veículos para compradores de boa-fé, gerando lucro ilícito.
A investigação identificou como operador da fraude um indivíduo com antecedentes em crimes cibernéticos e patrimoniais em outros estados, preso posteriormente em Santa Catarina por ordem judicial. O beneficiário direto foi um comerciante de automóveis que adquiriu o veículo com restrição judicial ativa, pagando R$ 13 mil a um advogado criminal para viabilizar a fraude. A esposa do comerciante e um vendedor de automóveis de Dois Irmãos participaram da remoção ilegal da restrição.
O veículo, já sem impedimentos, foi anunciado ao público e vendido a um comprador de Caxias do Sul pelo valor de R$ 77.900, entre entrada e financiamento.
A Delegada Luciane Bertoletti destacou a sofisticação do esquema: “É um exemplo claro de como a criminalidade se moderniza e tenta explorar brechas tecnológicas para obter lucro ilícito”. O Delegado Cristiano Reschke, Diretor da 2ª Delegacia Regional Metropolitana, alertou que a rede fraudulenta prejudica consumidores e compromete a confiança em instituições e sistemas digitais. “A Polícia Civil atuará com rigor para coibir essas ações, mostrando que não há espaço para impunidade”, afirmou.
A operação investiga os crimes de fraude processual, estelionato, organização criminosa e invasão de dispositivo eletrônico.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte e foto: Polícia Civil