A Polícia Civil do Rio Grande do Sul acredita que o publicitário Ricardo Jardim, de 66 anos, preso preventivamente na quinta-feira (4), tenha planejado com antecedência o assassinato e esquartejamento da namorada, ocorrido no dia 9 de agosto em Porto Alegre. Segundo as investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o crime teria sido cometido dentro de um quarto da pensão na Avenida São Pedro, na Zona Norte, onde o casal residia.
De acordo com o delegado Mario Souza, diretor do DHPP, o quarto foi preparado com lonas e fitas adesivas para dificultar qualquer pedido de socorro da vítima. A polícia suspeita que Jardim possa ter usado algum método de dopagem ou asfixia antes de esquartejar a mulher no mesmo local. As partes do corpo foram embaladas em sacos plásticos e, segundo os investigadores, tratados com produtos que retardassem a decomposição.
Quatro dias após o crime, braços e pernas da vítima foram abandonados na Rua Fagundes Varela, no bairro Santo Antônio. O tronco foi localizado no guarda-volumes da rodoviária de Porto Alegre, no dia 20 de agosto, após funcionários sentirem mau cheiro vindo de uma mala. A cabeça da mulher ainda não foi encontrada. Imagens de câmeras de segurança registraram o suspeito, disfarçado com boné, luvas e máscara, deixando a bagagem no local.
Durante a coletiva desta sexta-feira (5), a polícia revelou que Jardim pretendia fugir do Estado ou até do país. “No momento da prisão, ele estava se preparando para escapar. Abandonou a pousada e buscava outro local para se esconder”, disse o delegado André Luiz Freitas, responsável pela investigação.
Além do crime, a polícia descobriu que o publicitário usava perfis falsos com imagens criadas por inteligência artificial para manter contato com mulheres e que tentou despistar as investigações enviando falsas denúncias à polícia e utilizando nomes falsos na rodoviária. A motivação do feminicídio é tratada como financeira.
Ricardo Jardim já possuía histórico de violência. Em 2018, foi condenado a 28 anos de prisão por matar a própria mãe e concretar o corpo dentro do apartamento da família, no bairro Mont’Serrat. Em regime semiaberto desde o início de 2023, ele estava foragido desde o começo deste ano.
As investigações seguem em andamento para esclarecer a causa da morte da vítima e localizar a cabeça, que a polícia acredita ter sido o próximo passo planejado pelo suspeito no processo de ocultação do corpo.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper