A Polícia Federal (PF) anunciou que irá abrir uma investigação para apurar um possível vazamento de informações sobre a megaoperação deflagrada na quinta-feira (28) contra um esquema criminoso no setor de combustíveis, que seria comandado pela facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
Dos 14 mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça, apenas seis foram cumpridos, resultado considerado atípico pelos investigadores. “É totalmente atípico em nossas operações acontecer isso. Prender menos do que se deveria. Geralmente, escapa um ou outro e não a maioria como agora. Temos de investigar o porquê disso. Se houve vazamento de informações e de onde”, afirmou um agente ouvido pela TV Globo.
Além das prisões, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em diversas localidades. O material recolhido deve auxiliar na identificação de novos grupos envolvidos em esquemas milionários de adulteração de combustíveis, lavagem de dinheiro e sonegação de impostos.
A força-tarefa mobilizou cerca de 1,4 mil agentes em diferentes estados do país. As investigações apontam que o PCC utilizava instituições financeiras para lavar dinheiro e ocultar patrimônio. Segundo a Receita Federal, uma fintech ligada ao grupo movimentou R$ 46 bilhões entre 2020 e 2024, funcionando como um “banco paralelo”. Outras empresas semelhantes também estariam envolvidas.
As autoridades identificaram ainda que a facção teria controle sobre pelo menos 40 fundos de investimentos, com patrimônio superior a R$ 30 bilhões, operando a partir da Avenida Faria Lima, em São Paulo, considerado o coração financeiro do Brasil.
Na manhã desta sexta-feira (29), o Diário Oficial da União publicou novas normas que equiparam fintechs a bancos, com o objetivo de endurecer o combate a crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro e operações ligadas ao crime organizado.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper