As condições climáticas no Rio Grande do Sul continuam afetando o desenvolvimento das pastagens em diversas regiões do Estado. É o que aponta o mais recente Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, que destaca a combinação entre o clima seco, as geadas e os efeitos da umidade acumulada como fatores que dificultam a produção forrageira e exigem suplementação alimentar aos rebanhos.
Apesar do predomínio de dias ensolarados e do tempo seco terem favorecido a aplicação de adubações nitrogenadas e o crescimento das forrageiras anuais de inverno, a recuperação das pastagens ainda é parcial. Em algumas áreas, o pastejo já foi liberado devido à umidade remanescente no solo, mas, na maioria das propriedades, os produtores ainda precisam complementar a alimentação do gado, especialmente pela baixa qualidade dos campos nativos.
Na região de Bagé, as pastagens estão em condição satisfatória, mas o excesso de umidade registrado anteriormente e as geadas afetaram espécies como aveia e azevém. Em Hulha Negra, as pastagens de azevém começaram a ser utilizadas, enquanto em São Gabriel, as geadas comprometeram as forrageiras perenes de verão.
Em Itaqui, o rebrote das forrageiras foi prejudicado pelo acúmulo de lama nas folhas, reflexo do alagamento anterior. Em Caxias do Sul, apenas áreas com aveia têm condições adequadas para pastejo, enquanto o azevém ainda não atingiu desenvolvimento suficiente. Já o trigo de pastoreio e os campos nativos melhorados mostram baixo crescimento, com necessidade de replantio em algumas propriedades.
No Norte do Estado, geadas e frio reduziram a massa verde disponível. Em Erechim, embora as pastagens nativas tenham sido afetadas, as espécies de inverno reagiram bem com a melhora do solo e da luminosidade. Em Frederico Westphalen, a implantação dos cereais de inverno avançou, mas a adubação foi dificultada pela umidade do solo. As pastagens perenes, em final de ciclo, têm mostrado menor valor nutricional.
Em Ijuí, as pastagens de trigo apresentaram bom rebrote e perfilhamento, apesar das queimaduras nas folhas causadas pelo frio. Em Passo Fundo, a diminuição da umidade permitiu a retomada dos pastoreios com trigo, cevada e triticale em desenvolvimento inicial.
Nas regiões de Pelotas e Porto Alegre, o frio intenso paralisou o crescimento das forrageiras. Em Santa Maria e Soledade, o tempo ensolarado ajudou na retomada das pastagens de inverno, mas as geadas ainda limitam a recuperação. Em Santa Rosa, a recuperação das pastagens é visível, mas o atraso na germinação ainda compromete a oferta de forragem.
A Emater alerta que, mesmo com a leve melhora em algumas áreas, a situação exige atenção contínua dos produtores para garantir alimentação adequada aos rebanhos e minimizar perdas na produtividade.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper