Autor: Luiz Onério Pereira
A hora do mate
Sagrou-se ritual.
Que unia o casal
Pra luta da vida.
Pelas madrugadas,
Enquanto mateavam
Na calma traçavam
Os planos pra lida.
Na prosa fraterna
O mate era abrigo
Dos causos antigos
E “recuerdos” largos.
Na espera do dia
Juntavam memórias,
Recontando histórias
Na paz dos “amargos”…
…E nas tardes longas
Traçando algum plano
Mateavam de “mano”
À sombra da casa.
E em noites de inverno,
No mate, os velhinhos
Sorviam o carinho
De um fogão a brasa.
O mate é um legado
Que nossos avós
Deixaram pra nós
Dos tempos antigos.
Que acalma, que une,
Que dá energia
E tem a magia
De fazer amigos.
Às vezes sorvendo
O meu “chimarrão”
Eu sinto a emoção
De não matear só.
E que ouço no vento
Uma prosa mansa…
Por certo, é a lembrança
Do vovô e da vovó.