Por: Rodolfo Augusto S. De Oliveira -Trader Profissional
Quando ocorre tempos de insegurança econômica, vários corretores, traders, acionistas e economistas buscam referências de como lidar com esta situação. E entre a história, a mais conhecida foi a Quinta-Feira Negra, que desencadeou o Crash de 1929 e na era da Grande Depressão americana. Então vamos ver como foi o antes, o que causou e as medidas tomadas
Antes de ocorrer os loucos anos 20 os Estados Unidos entraram na Primeira Guerra Mundial e para ajudar os aliados lançaram os títulos de liberdade, cujos serviam para investir nas forças aliadas em troca de juros. Estes títulos conseguiram arrecadar cerca de US$21.5 bilhões, estimando que de 3 americanos na época 1 tinha investido e sendo a primeira experiência de investimentos de milhões de americanos.
Depois da vitória americana na Primeira Guerra Mundial, os maiores banqueiros de Wall Street, percebendo o sucesso da campanha de títulos de liberdade, eles tinham a oportunidade de novos investidores, abriram para o público as ações e foi aberto várias corretoras independentes, seguindo nos mesmos moldes do título. Além da criação das ações, a invenção do crédito impulsionou as compras, fazendo a população comprar ações e com o rendimento das ações ia pagando o crédito.
Ano após ano, o americano comprava mais ações com o crédito, recebia no jornal notícias dos investimentos e especulações das maiores celebridades, inflando o valor especulado das ações. Com o crescimento descomunal, o presidente americano na época começa a enviar cartas para as maiores figuras de Wall Street e entre uma delas surgiu uma das maiores verdades do mercado financeiro: O mercado corrige a si mesmo.
E assim, o índice Dow Jones, que avalia o mercado de ações nas bolsas de valores, tinha chegado em seu pico em setembro de 1929 e estava começando uma correção para a baixa. Assustados com a baixa e pelo alto nível de desconfiança do investidor, na quinta-feira 24 de outubro de 1929, juntou-se uma multidão nas ruas de Wall Street para retirar dinheiro, apavorando os magnatas de Wall Street tentaram conter os preços fazendo translações no dia e até fechando o mercado sexta-feira para reabrir na próxima segunda, mas não foram capazes de segurar a queda.
A queda foi brutal para os Estados Unidos, indústrias e empresas que investiam todos seus lucros nas ações quebraram, investimentos de centenas de milhares de dólares reduzidos em pó, trabalhadores sendo demitidos em massa e, sem emprego, não podiam comprar os mantimentos para sua família, fazendo as indústrias não terem um capital de giro, não podendo comprar recursos, e fazendo a economia entrar em parafuso. Só começou a economia a ficar mais estável quando, em 1933, Franklin D. Roosevelt implementa o New Deal e com a criação da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos a qual aplica a legislação nos títulos e valores mobiliários.
Finalizo esta coluna com as reflexões dos economistas Milton Friedman da Escola de Chicago e Friedrich Hayek da Escola Austríaca, em que possuem diferentes visões para solucionar. Em comum à ambos, analisaram que o Banco Central americano podia ter reagido de melhor forma, mas por diferentes lados. Para Hayek, a crise foi uma consequência inevitável pela expansão de crédito artificial pelos maiores bancos e que a melhor opção, como um remédio amargo, era deixar o mercado se autocorrigir sem intervenção do Banco Central, seguindo a Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos. Para Friedman, o crash da bolsa de 1929 foi apenas o estopim de uma recessão que, por si só, não teria necessariamente se transformado na Grande Depressão, sua solução focaria em que o Banco Central fosse um credor, comprando agressivamente títulos do governo, para os bancos menores e de comunicação clara para garantir a segurança monetária dos investidores.
E também venho agradecer aos leitores pelo tema sugerido. Deixo aberto tanto para debater sobre o Crash de 1929 quanto outros temas, outros pontos de vista (tanto próprio quanto de outros economistas), sobre mais detalhes da época e curiosidades.
Sejam únicos, sejam autênticos, até a próxima!