O Comando Militar do Sul (CMS) divulgou nota, na manhã desta segunda-feira (14), lamentando o falecimento do Capitão Elmo Diniz, natural de Cruz Alta e último ex-combatente gaúcho da Força Expedicionária Brasileira (FEB) ainda vivo. Diniz integrou a tropa brasileira enviada à Europa durante a Segunda Guerra Mundial, atuando entre novembro de 1944 e junho de 1945 nos combates contra as forças nazistas.
Com a morte do também ex-combatente tenente Oudinot Willadino, ocorrida há cerca de um mês, Elmo Diniz era o último pracinha do Rio Grande do Sul ainda vivo. Ele foi recentemente entrevistado pelo jornal Correio do Povo por ocasião dos 80 anos do Dia da Vitória, e, mesmo debilitado, compartilhou memórias marcantes de sua atuação no front europeu. “É muito honroso, mas a vida começa a ficar difícil depois dos 100 anos”, declarou, com lucidez, na última entrevista concedida ao jornal.
Diniz era presidente de honra da Associação Nacional dos Veteranos da FEB no RS e, em março deste ano, foi homenageado com uma placa na ponte móvel instalada pelo Exército entre os municípios de Lajeado e Arroio do Meio, durante a Operação Taquari 2 — estrutura que auxiliou na travessia durante as enchentes que atingiram a região.
Nascido em Cruz Alta e radicado em Porto Alegre, onde residia no bairro Santana, o capitão Elmo ingressou na FEB e participou de batalhas decisivas na campanha da Itália, ajudando na retomada de territórios ocupados pelos nazistas. “Eu lutei pela liberdade dos povos”, relembrou em um dos relatos emocionantes sobre a guerra. “Vi o (Benito) Mussolini pendurado pelas pernas, de cabeça para baixo, já morto, em um posto de combustíveis. A coisa mais estúpida do ser humano é a briga”, refletia.
Após a guerra, seguiu carreira no Exército, realizando cursos no Rio de Janeiro e sendo transferido novamente para Cruz Alta em 1947. Também contribuiu civilmente com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atuando em projetos de mapeamento fotográfico do território nacional.
Com sua morte, encerra-se uma das últimas vozes vivas da história da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial no solo gaúcho. O legado de coragem, patriotismo e humanidade deixado por Capitão Elmo Diniz seguirá sendo lembrado por Cruz Alta, pelo Exército Brasileiro e por todos os que reconhecem a importância dos pracinhas na luta pela liberdade e democracia.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper