A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quinta-feira (13) a segunda fase da Operação Pecunia Vetus, que resultou na prisão do principal líder de uma organização criminosa com atuação em Cruz Alta e em municípios vizinhos. A ação foi coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), com o apoio da DECRAB, da Delegacia de Polícia de Cruz Alta e das Delegacias de Ibirubá e Selbach.
De acordo com as investigações, o homem preso seria o responsável por comandar um esquema estruturado de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, mantendo sob seu controle um grupo com forte presença na região. Morador do bairro Santo Antão, o suspeito ficou conhecido por patrocinar um time de futebol amador da cidade, uma estratégia usada para dar aparência de legalidade ao patrimônio acumulado e ao estilo de vida de alto padrão que mantinha, muito acima de sua renda declarada.
A esposa do investigado também foi alvo de medidas judiciais e passou a ser monitorada por tornozeleira eletrônica. O homem, que já havia sido indiciado anteriormente por tráfico de drogas, latrocínio e comércio ilegal de armas, vinha sendo monitorado pela polícia há meses. Conforme a DRACO, somente nos dois primeiros meses de 2025, o grupo teria movimentado mais de um milhão de reais em transações suspeitas.
Para ocultar a origem ilícita dos recursos, a quadrilha utilizava empresas de fachada, contas bancárias em nome de terceiros e intermediações financeiras com pessoas que possuíam antecedentes por homicídio e tráfico de drogas. Durante o cumprimento dos mandados de busca nesta quinta-feira, os agentes localizaram um revólver calibre .38 em um dos endereços investigados. A arma estava sob posse de um suposto “laranja”, que acabou preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo.
A operação também teve como foco o bloqueio de bens e a identificação de veículos de alto valor registrados em nome de terceiros, usados pelo grupo criminoso para ocultar o lucro obtido com o tráfico. Entre os itens rastreados estão automóveis de luxo e imóveis com documentação irregular, apontando uma rede de ocultação patrimonial complexa e cuidadosamente planejada.
Na primeira fase da Pecunia Vetus, a Polícia Civil já havia apreendido celulares, quantias em dinheiro, veículos e comprovantes bancários que evidenciavam a movimentação financeira da organização. Diversas contas foram bloqueadas, revelando saldos expressivos e transferências constantes entre pessoas ligadas ao grupo.
De acordo com a DRACO, a estrutura da organização criminosa seguia um modelo empresarial, com divisão de funções, hierarquia definida e o uso frequente de “laranjas” para manter o anonimato das transações. As investigações seguem em andamento, com o objetivo de identificar novos integrantes e aprofundar o combate ao tráfico e à lavagem de dinheiro na região.
A Operação Pecunia Vetus reforça o trabalho contínuo da Polícia Civil no enfrentamento ao crime organizado, buscando desarticular redes financeiras ilícitas e retirar de circulação líderes que atuam à margem da lei, mas que tentam se inserir na comunidade com aparência de legalidade.
