A Justiça decretou nesta quinta-feira (24) a prisão preventiva de Belisia de Fátima da Silva, 41 anos, investigada pela participação na morte de três pessoas em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre. As vítimas, uma jovem de 18 anos, seu bebê de dois meses e um adolescente de 16 anos, foram encontradas na última terça-feira (22) dentro de um bueiro, às margens do Rio dos Sinos, com sinais de violência.
A decisão foi proferida pela juíza Magali Wickert de Oliveira, da 1ª Vara Criminal de Esteio, com base na gravidade dos crimes, nos fortes indícios de autoria e na necessidade de manter a ordem pública. O marido de Belisia, o pai de santo Jocemar Antunes de Almeida, 46 anos, já havia sido preso em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva na quarta-feira.
Segundo a investigação, o crime teria sido motivado por ciúmes e pelo medo de Jocemar perder a posição de líder religioso caso seu relacionamento extraconjugal com Kauany Martins Kosmalski, 18 anos, viesse à tona. A jovem seria mãe de Miguel, bebê de dois meses que também foi morto. O adolescente Ariel Silva da Rosa, amigo da vítima, também teria sido assassinado por saber do envolvimento do casal.
Belisia inicialmente foi ouvida como testemunha, mas procurou a Polícia Civil na madrugada de quarta-feira e confessou participação no crime. Em seu depoimento, afirmou ter esfaqueado Kauany, enquanto Jocemar matou Ariel. A polícia trabalha com a hipótese de premeditação e aguarda laudos periciais para esclarecer se o bebê foi morto antes ou após ser jogado no bueiro.
Além do casal, dois adolescentes de 15 e 17 anos foram apreendidos por suspeita de ajudar a ocultar os corpos. O juiz Mário Gonçalves Pereira, da Vara da Infância e Juventude, determinou a internação provisória dos dois. Também foi autorizada a quebra de sigilo de dados telefônicos e telemáticos dos envolvidos.
A delegada Marcela Smolenaars, responsável pelo caso, afirma que a versão apresentada por Belisia condiz com os vestígios encontrados no veículo do pai de santo, onde a perícia localizou marcas de sangue. O inquérito ainda segue em andamento para detalhar a dinâmica dos assassinatos e esclarecer as circunstâncias da morte do bebê.
A reportagem tenta contato com as defesas dos investigados. O espaço segue aberto para manifestação.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper