A Juíza de Direito Magali Wickert de Oliveira, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Esteio, decretou na manhã desta quinta-feira (24) a prisão preventiva de uma mulher investigada pela suposta participação em três homicídios qualificados, incluindo o assassinato brutal de um bebê de apenas dois meses. A decisão da magistrada baseia-se na extrema gravidade dos crimes, nos indícios robustos de autoria e na necessidade de preservar a ordem pública diante do impacto causado pelos fatos.
Além da prisão preventiva, a juíza autorizou a quebra de sigilo de dados telemáticos e telefônicos da investigada, de seu companheiro — que já se encontra preso preventivamente — e de dois adolescentes também envolvidos nas apurações. O objetivo é aprofundar as investigações sobre a motivação e a dinâmica dos crimes, bem como identificar todos os responsáveis pelas mortes e pela posterior ocultação dos cadáveres.
As vítimas, uma jovem de 18 anos, seu filho de dois meses e um adolescente de 16 anos — amigo da jovem —, foram encontradas em uma área de mata de difícil acesso. Os corpos apresentavam sinais evidentes de violência, incluindo ferimentos provocados por arma branca. A brutalidade do crime tem causado forte comoção na comunidade local e nas redes sociais.
O companheiro da investigada foi preso em flagrante no último dia 22, com a prisão sendo convertida em preventiva no dia seguinte. Segundo as investigações da Polícia Civil, ele teria papel central na execução dos homicídios.
A decisão judicial aponta que, embora a mulher seja ré primária, as circunstâncias concretas do crime excedem a normalidade. “Os fatos narrados são extremamente graves, cuja gravidade abstrata e circunstâncias concretas exorbitam a normalidade. Sabe-se que a primariedade e outras condições favoráveis ao agente, por si só, não impedem a decretação da prisão preventiva, quando presentes os requisitos autorizadores da segregação cautelar, como no caso em tela”, escreveu a magistrada.
Paralelamente, o Juiz de Direito Mário Gonçalves Pereira, da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Esteio, determinou a internação provisória dos dois adolescentes que estariam envolvidos na ocultação dos cadáveres. Conforme apontam as investigações, os jovens teriam atuado com o intuito de acobertar um dos autores do crime, escondendo os corpos em uma tentativa de dificultar a ação da polícia.
A internação foi fundamentada na existência de indícios da materialidade dos atos infracionais e na ausência de medidas cautelares menos gravosas que pudessem ser aplicadas. A decisão considera ainda a gravidade do envolvimento dos adolescentes e o risco de reiteração de conduta.
O inquérito segue em andamento e o processo tramita sob segredo de Justiça, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A Polícia Civil continua diligências para reunir provas e identificar todos os envolvidos no caso.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper