Um inspetor da Polícia Civil foi baleado na manhã desta terça-feira (5) durante uma grande operação do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), realizada na zona sul de Porto Alegre. A ação, batizada de Operação Shotgun, teve como alvo um grupo criminoso envolvido na venda de armas, a partir do sistema penitenciário, e no tráfico de drogas. Ao todo, 28 pessoas foram presas na Capital e na Região Metropolitana.
O policial ferido foi identificado como Leandro Lima, que levou um tiro na região da coxa durante uma abordagem. Ele foi encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre e, conforme o delegado Alencar Carraro, diretor de investigações do Denarc, o estado de saúde do agente é estável.
Durante a ofensiva, um homem de 38 anos e a esposa foram presos em flagrante após cerca de 10 minutos de negociação. Embora não fossem alvos da operação, o homem afirmou que recentemente havia sofrido uma tentativa de homicídio. Com eles, os policiais apreenderam uma pistola calibre 9mm, dois carregadores e uma quantidade não especificada de drogas. O principal suspeito da ação, no entanto, não estava no local no momento da abordagem.
A Operação Shotgun cumpriu 38 mandados de prisão preventiva e 39 ordens de busca e apreensão. A investigação começou no ano passado, com a prisão de um homem por porte ilegal de arma em Estância Velha. A partir desse caso, a Polícia Civil identificou uma rede que negociava armas de diferentes calibres, inclusive fuzis e pistolas adaptadas para disparos automáticos, e que operava a partir de presídios gaúchos.
De acordo com o delegado Wesley Lopes, responsável pela investigação, os criminosos compartilhavam imagens, vídeos e informações sobre armamentos com possíveis compradores. As trocas de mensagens revelaram uma organização criminosa com ramificações em várias cidades e atuação em múltiplas frentes ilícitas, como tráfico de armas, drogas e receptação de veículos.
A Polícia Civil destacou que pessoas próximas aos detentos realizavam as entregas das armas, coletavam pagamentos e faziam a circulação de drogas e veículos roubados como parte do esquema.
Entre os entorpecentes comercializados pelo grupo estavam maconha, ecstasy e outras drogas sintéticas. Além disso, os criminosos utilizavam táticas para dificultar a identificação pelas autoridades, como a troca constante de veículos e placas.
Segundo o Denarc, a operação busca desarticular a estrutura financeira e operacional da facção criminosa e colher provas adicionais para responsabilizar todos os envolvidos, com foco especial nas lideranças do narcotráfico no Estado.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper