O Instituto-Geral de Perícias (IGP) confirmou nesta quarta-feira, 03/09, que o tronco localizado dentro de uma mala no guarda-volumes da rodoviária de Porto Alegre possui o mesmo material genético dos braços e pernas encontrados na Rua Fagundes Varela, no bairro Santo Antônio, em 13 de agosto. Com isso, a investigação estabelece oficialmente a relação entre os dois casos, que já era trabalhada pela Polícia Civil.
Segundo o IGP, a confirmação foi feita por exame de DNA, e o laudo já foi entregue à delegacia responsável pelo caso. A identificação completa da vítima ainda depende de análises complementares, mas trata-se de uma pessoa com aproximadamente 50 anos.
Suspeitos e linha de investigação
A polícia mantém como principais suspeitos:
1 – O homem que deixou a mala na rodoviária no dia 20 de agosto;
2 – A pessoa titular do CPF informado na entrega da bagagem.
Um terceiro suspeito, que se relacionava com uma mulher recentemente desaparecida, chegou a ser considerado na investigação, mas essa linha perdeu força e está praticamente descartada.
Contexto do crime
O caso teve início com a descoberta de uma mala com parte de um corpo no guarda-volumes da rodoviária, feita por funcionários na manhã de segunda-feira (1º). A mala havia sido deixada há 12 dias.
Antes disso, braços e pernas foram encontrados em 13 de agosto na Rua Fagundes Varela, na zona leste de Porto Alegre.
O delegado Mario Souza, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), reforçou que a investigação trabalha com a hipótese de crime em contexto íntimo, e não relacionado ao crime organizado:
— Os cortes são precisos, técnicos, algo que não se vê em casos envolvendo facções. Além disso, integrantes de facção não vão se expor em local com câmeras e tanto movimento. Tudo se encaminha para um crime de relação íntima, não de crime organizado, podendo até ser feminicídio, afirmou.
Souza também destacou que não necessariamente o homem que deixou a mala na rodoviária foi quem matou a vítima, e explicou:
“Pela experiência dos investigadores, está caminhando para uma situação da vítima conhecer quem organizou o assassinato.”
De acordo com o diretor do DHPP, a equipe policial realiza atualmente levantamento de mulheres desaparecidas no Estado no último ano com faixa etária a partir de 45 anos, como parte da identificação da vítima e do esclarecimento do caso.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper