A Casa de Pedra, localizada no Pontão do Ijuí, próximo ao Arroio Uruquá, no interior do município de Mato Queimado, é um marco histórico da região. Construída em 1936 por Augusto Kliemann Filho Sobrinho, um alfaiate natural de Cerro Largo, a residência conta com uma história rica que remonta aos tempos de colonização, marcada pela dedicação e esforço familiar.
Augusto e sua esposa Caroline Hilbich, que na época falavam somente a língua alemã, decidiram construir a casa utilizando pedras retiradas das “Barrancas” do Arroio Uruquá. As pedras foram falquejadas ou talhadas à mão, e o mesmo tipo de material foi utilizado na construção do Seminário e da Igreja Matriz de Cerro Largo. Para erguer a casa, eram usados bois ou cavalos para suspender as pesadas pedras até o alto da construção.

Ao lado da casa, uma pequena edificação em pedra também chama a atenção. Esse galpão era utilizado na época para a preparação da lavagem para os porcos, já que a família criava e engordava animais para o mercado, com destino à cidade de São Paulo. A água para os animais era captada das calhas da casa e armazenada em uma cisterna, construída em 1945 junto à lavanderia e ao banheiro.
Com o passar dos anos, Augusto e Caroline envelheceram, e o local passou a ser habitado pelo casal Viru Kliemann e Lourdes Otília Kliemann. Um fato curioso da construção é que, apesar de sua localização elevada, foi possível encontrar água ao se construir um poço. No entanto, a água era “saloba”, ou seja, com alto teor de sal, o que a tornava quase imprópria para o consumo.

Além das construções, a propriedade de Augusto Kliemann Filho Sobrinho tinha várias atividades agrícolas e pecuárias. Havia uma cancha de carreira, criação de cavalos de raça, gado, ovelhas e porcos, sendo que o maior porco da história da propriedade pesou impressionantes 600 kg. Também existia um muro de pedras, construído por Viru Kliemann, que acabou sendo desmanchado com o tempo.
A Casa de Pedra não apenas representa uma construção histórica, mas também simboliza o trabalho árduo e a tradição de uma família que ajudou a formar a identidade da região de Mato Queimado.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte e fotos: Augusto Baumgratz