O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) iniciou nesta quarta-feira (23) a elaboração do projeto básico para a construção do contorno ferroviário de Cruz Alta, no Noroeste do Rio Grande do Sul. A obra, que terá investimento de aproximadamente R$ 8,3 milhões do Governo Federal, tem como objetivo solucionar os conflitos entre o tráfego ferroviário e o sistema viário urbano, além de preparar a região para futuras conexões com a Ferrovia Norte-Sul.
O projeto contempla a construção de dois novos trechos ferroviários: o Contorno I, com 18,69 quilômetros de extensão e dois viadutos ferroviários sobre rodovias, e o Contorno II, com 11,10 quilômetros, também com dois viadutos. Ao todo, serão cerca de 30 quilômetros de nova linha férrea, substituindo os atuais 45 quilômetros que hoje cruzam o perímetro urbano do município.
Além dos contornos, será implantado um novo pátio ferroviário em Cruz Alta, com estudos ambientais e obras de arte especiais (OAEs), necessários para a obtenção de licenças e mitigação dos impactos da operação ferroviária atual.
De acordo com o diretor de Infraestrutura Ferroviária do DNIT, Eloi Palma Filho, o projeto busca atender uma demanda futura de expansão da malha ferroviária brasileira. “Hoje a ferrovia passa dentro de Cruz Alta. Com o contorno ferroviário, o tráfego será desviado por fora, de maneira segregada. Além disso, a concepção do empreendimento já está visando a futura implantação da Ferrovia Norte-Sul, que começa no Maranhão e segue até o estado de São Paulo. Posteriormente, deverá ser estendida até o Paraná, Santa Catarina e o porto de Rio Grande, passando por Cruz Alta”, explicou.
A via férrea será projetada com bitola mista, capaz de operar nos dois principais padrões ferroviários do país. Os terminais de transbordo da região atendem principalmente à demanda de commodities agrícolas, como soja, milho e trigo, além de combustíveis, fertilizantes, produtos de extração vegetal, celulose, cimento e materiais industrializados para a construção civil.
Cruz Alta se destaca como o município com o maior volume de embarque de tonelada por quilômetro útil (TKU) de soja, milho e trigo do Rio Grande do Sul. Além disso, recebe cargas significativas de outros produtos, consolidando-se como um ponto estratégico na logística ferroviária do Estado.
A prefeita Paula Facco Rubin Librelotto comemorou o avanço do projeto, lembrando do envolvimento da comunidade no processo. “Formamos uma comissão com os moradores da beira-trilho para que suas demandas fossem ouvidas e atendidas. Buscamos sempre soluções que promovam a qualidade de vida e a segurança em nossa cidade. Essa licitação é o início da história de muito esforço e luta da população envolvida, e ainda há muito a ser feito”, destacou.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: Correio do Povo