O governo do Rio de Janeiro enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma defesa sobre a megaoperação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, que deixou 121 mortos, entre eles quatro policiais. No documento, o governador Cláudio Castro classificou o “nível de força” empregado como compatível com as ameaças enfrentadas pelas forças de segurança.
A manifestação foi encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ADPF das Favelas, que havia solicitado explicações sobre a ação. De acordo com o governo fluminense, a operação foi planejada durante dois meses e teve como base mais de um ano de investigações.
O texto destaca que os criminosos utilizavam roupas camufladas, fuzis de grosso calibre e drones, o que levou à classificação do confronto como de “nível tático máximo”. Castro chegou a comparar a incursão a campanhas militares, afirmando que o uso intenso da força foi necessário para “restabelecer a ordem e preservar vidas”.
O governador também assegurou que a operação cumpriu as diretrizes da ADPF 635, com uso de câmeras corporais e equipes médicas de prontidão.
Cerca de 2 mil agentes participaram da ação, 650 da Polícia Civil e 1.800 da Polícia Militar, apoiados por drones, dois helicópteros, 32 veículos blindados e 12 máquinas de demolição.
Segundo o balanço apresentado pelo governo, a operação resultou em 117 suspeitos mortos, 99 presos, 122 armas apreendidas e mais de duas toneladas de drogas confiscadas. O documento conclui que a ação respeitou a legalidade e que o uso da força foi proporcional à gravidade das ameaças no território dominado pelo Comando Vermelho.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
