O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRS) deflagrou nesta terça-feira (4) a Operação Julieta II, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa responsável pela entrada de drogas e objetos ilícitos na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. Entre os principais alvos estão uma policial penal, já investigada na primeira fase da operação em 2024 e afastada de suas funções desde então, e uma psicóloga da Polícia Penal.
A ação foi coordenada pela promotora Maristela Schneider, do 2º Núcleo Regional do GAECO – Metropolitana, com participação do promotor André Dal Molin, coordenador do GAECO no Estado. Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Alvorada e São Leopoldo, incluindo revistas na penitenciária com o apoio do GAES e da Corregedoria da Polícia Penal. Também houve o sequestro de um carro e uma motocicleta. Ao todo, 10 alvos e 13 investigados estão envolvidos no esquema. Durante as buscas, o cão farejador Tobias auxiliou na detecção de drogas e materiais ilícitos.
Estrutura criminosa e movimentação financeira
As investigações, iniciadas em junho de 2024, revelaram a existência de uma organização bem estruturada, liderada por uma apenada de dentro da penitenciária, responsável por coordenar o tráfico de celulares, drogas, como cocaína e maconha, e outros itens proibidos. O grupo contava com o envolvimento de servidoras públicas corrompidas, que recebiam pagamentos em dinheiro, via PIX para contas de terceiros, ou por meio de benefícios indiretos, como reparos em veículos, pagamento de mensalidades escolares e serviços pessoais.
De acordo com a promotora Maristela Schneider, os integrantes do esquema utilizavam familiares e pessoas de confiança para ocultar a origem dos recursos ilícitos, movimentando quantias expressivas. A apenada identificada como líder do grupo teria movimentado mais de R$ 1 milhão de dentro da prisão, além de adquirir bens de alto valor e manter empresas de fachada para disfarçar a renda criminosa.
Crimes e continuidade da investigação
Os crimes apurados pelo Ministério Público incluem tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção ativa e passiva, prevaricação, favorecimento real, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A Operação Julieta II é uma continuidade da primeira fase, deflagrada em setembro de 2024, quando a mesma apenada já havia sido apontada como líder do esquema criminoso. Segundo o promotor André Dal Molin, a nova etapa reforça o compromisso do Ministério Público em combater a corrupção e o crime organizado dentro do sistema prisional gaúcho, atuando de forma integrada com as forças de segurança e inteligência estaduais.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
